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Ethereum Name Service ocupa 1ª posição no ranking de volume dos ativos únicos

Tecnologia torna códigos dos endereços das carteiras de criptomoedas tão simples quanto nomes de sites na internet.

Nas últimas semanas de junho, já em um cenário de baixa atividade no mercado de NFTs, uma coleção reconquistou a atenção do público. Com seu volume semanal de negociações na casa de US$ 1 bilhão, o Ethereum Name Service (ENS) chegou a ocupar a primeira posição no ranking de volume dos ativos digitais únicos.

E essa não é uma coleção qualquer: diferentemente de outras ilustres, como CryptoPunks e Bored Ape Yacht Club (BAYC), que têm uma oferta limitada a 10 mil unidades, o ENS já soma mais de 1,4 milhão de NFTs e não tem limite para a sua oferta.

O que é o ENS e qual o seu valor para a comunidade cripto?

O Ethereum Name Service é um análogo do Domain Name System (DNS), o mecanismo que registra os sites da internet que conhecemos – como hashdex.com e google.com.

O DNS serve para facilitar a nossa busca por páginas da internet: representa o código numérico que o computador usa para encontrar os sites – 66.102.0.0, no caso do google – com texto, o que simplifica muito a nossa navegação.

O ENS tem a mesma função. É usado para identificar sites e contas registradas na blockchain, de forma a substituir os complexos endereços originais das plataformas. Vejamos, abaixo, um exemplo da simplicidade trazida por esse sistema:

Endereço do Vitalik Buterin, co-fundador do Ethereum: 0xd8dA6BF26964aF9D7eEd9e03E53415D37aA96045

ENS associado a esse endereço: vitalik.eth

Assim como não há dois sites com o endereço google.com, os endereços ENS são ativos únicos sem qualquer chance de duplicação, registrados na forma de NFTs.

A demanda pelo ENS

Esses endereços são um passo importante para facilitar a experiência do usuário final de blockchains: reduzem o tempo e o esforço necessário para se encontrar um site e são fáceis de memorizar e de conferir, o que também contribui para a redução de riscos na navegação.

É por isso que a comunidade tem se empenhado em encontrar os endereços estratégicos. Grandes marcas, como Puma (puma.eth), Budweiser (beer.eth) e Gucci (gucci.eth) são alguns exemplos de pioneirismo nessa nova frente do mundo cripto, já contando com algumas iniciativas na Web3 e no metaverso aplicando endereços ENS.

Mas não é só para a utilização imediata que esses endereços estão sendo comprados: assim como ocorreu nos primórdios da internet, muitos investidores, vislumbrando uma futura “corrida” por certos endereços, estão agregando esses ativos à sua carteira para revendê-los com prêmio.

Um exemplo desta corrida foi a compra do endereço 000.eth, no último dia 3 de julho, por 300 ETH (cerca de US$ 344 mil). A transação contribuiu para um dos maiores picos de atividade da coleção e ajudou a atrair a atenção da mídia e de outros investidores, instigados a encontrar oportunidades equivalentes de lucrar com os endereços ENS.

O que determina o valor de cada endereço ENS?

Como o principal valor desse sistema é a simplicidade e os nomes curtos são, naturalmente, mais escassos, a ferramenta precifica a criação dos endereços de acordo com o número de caracteres.

000.eth, por exemplo, foi criado mediante um pagamento de US$ 185 e a sua renovação anual custa US$ 640, enquanto o endereço nome-bastante-grande.eth pode ser registrado por “apenas” US$ 23 e renovado por US$5 ao ano – custo praticamente equivalente ao de renovação de um DNS no site godaddy.com.

A escassez dos códigos numéricos curtos tem justificado, inclusive, um clubismo dos detentores de endereços de 3 ou 4 dígitos, conhecidos como 999 Club e 10K Club, com os preços dos NFTs sendo negociados acima de 22 ETH e 2 ETH, respectivamente.

Esses usuários podem ainda não ter clareza de todas as vantagens a serem trazidas por esses códigos, mas demonstram estar convictos de que os altos custos vão valer a pena.

E como o ENS é administrado?

De forma semelhante a grandes aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi), como MakerDAO e Uniswap, o Ethereum Name Service é governado de forma descentralizada pela sua comunidade.

Os detentores do criptoativo ENS detêm o direito a voto sobre as taxas de registro e outras regras do sistema, o que cria um incentivo para que os maiores interessados na funcionalidade mantenham uma parte da sua riqueza aplicada neste ativo.

O que esperar do ENS? 

O ENS é uma ferramenta-chave para a popularização da Web3. A facilidade e a redução de riscos que este sistema traz irão permitir uma adoção mais rápida dos criptoativos e dos aplicativos descentralizados, impulsionando, também, o valor do ecossistema cripto.

À medida que os usuários e as empresas registram os seus endereços ENS, é de se esperar um aumento na percepção de valor da solução e, por consequência, do criptoativo ENS dos próprios endereços.

Christian Gazzetta é economista formado pela UFRJ e redator da Hashdex, se dedica a aprender e ensinar sobre cripto desde 2017. Estuda métodos de valoração de criptoativos e os setores de DeFi e NFTs.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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