Colunistas
Investir: o quanto antes, melhor
Pesquisa aponta que os millennials não compreendem que no mundo dos investimentos a demora para começar a investir pode custar caro.
Investir é a ferramenta que você renúncia o dinheiro hoje para colher ainda mais recursos no futuro. Você guarda e investe seu dinheiro de modo que ele passe a trabalhar para você – gerando ganhos passivos e acumulando valorização ao decorrer dos anos. Um dos maiores aliados dos investimentos são os juros compostos que se acumulam de forma cada vez maior com o passar do tempo, garantindo retornos exponenciais.
Um valor de R$ 10 mil investidos a uma taxa anual de 10% por 10 anos, gera um total após o período de R$ 25,9 mil. Enquanto estes mesmos R$ 10 mil, em um horizonte de 20 anos, garantiriam um montante de R$ 67,2 mil ao investidor. Observe que enquanto o horizonte de tempo dobrou, o montante final quase triplicou.
Assim, é notável que para os investimentos o fator tempo é essencial e o quanto antes você começar, maior será seu montante no final da vida. No entanto, essa observação que parece quase óbvia, não está sendo aplicada por grande parte dos jovens dos dias de hoje, os millennials (idade entre 18-36 anos).
Em uma pesquisa da Ontario Securities Commission (OSC) denominada “Getting Started: Human-Centred Solutions to Engage Ontario Millennials in Investing”, foi observado que os atuais millennials são poupadores ferrenhos. Foi visto que 4 entre 5 millennials em Ontário (província no Canadá) têm poupanças, e 73% destas poupanças recebem aportes quase mensais por estes jovens.
Apesar deste perfil poupador, poucos millennials investem. De acordo com a OSC, apenas 1 a cada 2 millennials em Ontário investem – quando olhamos para o Brasil, essa realidade é ainda pior.
Entre as razões destacadas por estes jovens do porquê eles não investem, 59% falaram que não detêm o conhecimento necessário; 57% tem medo de perder dinheiro no mercado acionário e outros 30% destacaram seus receios frente aos grandes bancos e as companhias de investimentos.
O que estes millennials não compreendem é que no mundo dos investimentos, a demora para começar a investir pode te custar muito dinheiro. O canal de finanças e investimentos “Plain Bagel” ilustrou em seu vídeo “Waiting to Invest is Costing You… A Lot” dois destes principais custos de um investimento tardio.
O primeiro custo é o da inflação, com o tempo o preço dos produtos e serviços se elevam, isto faz com que seu dinheiro poupado passe a valer cada vez menos. Neste sentido, o investimento tem um papel essencial, pois por meio dele você é capaz de fazer seu dinheiro se valorizar juntamente ou até mesmo superando a inflação.
O segundo custo de demorar para iniciar sua jornada nos investimentos é o chamado custo de oportunidade. Esse custo é fortemente ligado ao conceito do valor do dinheiro no tempo, este conceito diz que o dinheiro hoje vale mais do que a mesma quantia amanhã. O dinheiro hoje pode ser investido e passar a valer mais dinheiro no futuro.
Imagine que uma pessoa possui R$ 1000 hoje e outra pessoa somente receberá R$ 1000 ano que vem. A pessoa que já detém os R$ 1000 pode emprestar esse dinheiro ao banco e receber um retorno anual próximo a 4%, o que resultaria em R$ 1040 no fim do período. Neste sentido, quando a outra pessoa receber R$ 1000, a primeira já teria um total de R$ 1040.
Este custo de oportunidade cresce exponencialmente com o tempo. Isto é, quanto mais tarde você recebe estes R$ 1000, maior foi a oportunidade de ganhar retornos que você perdeu.
Essa situação explica a perda de oportunidade que os millennials canadenses estão passando, visto que mesmo eles possuindo estes R$ 1000, eles preferem apenas poupar em vez de investir, perdendo a oportunidade de acumular retornos.
Neste sentido, é importante sempre buscar investir o quanto antes, quem começa cedo nos investimentos consegue se aposentar com muito menos dinheiro aportado. Há um proverbio chinês que diz: “a melhor época para plantar uma árvore foi há 20 anos atrás; o segundo melhor tempo é agora”.
*A Suno é uma casa de análise especializada em conteúdo sobre investimentos e educação financeira para o pequeno investidor pessoa física. |
Veja também
- Indicada à diretoria do BC assume compromisso com controle da inflação
- Eduardo Saverin desbanca Jorge Lemann e se torna brasileiro mais rico do mundo
- Nubank lança cartão Ultravioleta com cashback de 200% do CDI
- 12 ações para fugir no segundo semestre de 2021, segundo analistas
- Investimento em renda fixa: os melhores e piores do semestre
- Preço dos imóveis: alta acelera e tem maior avanço desde 2014
Veja também
- Com a explosão dos juros, títulos IPCA+ tombam até 31% no ano
- Concessão do aeroporto de Guarulhos é estendida em troca de R$ 1,4 bi em investimentos
- Chegou: a partir de hoje você vai saber quanto seu assessor ganha com sua aplicação
- ‘Eu não sou o Satoshi Nakamoto’, diz homem que a HBO sugere ter criado o Bitcoin
- Brasil está a um passo de receber grau de investimento da Moody’s