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Vale a Leitura

Vale a leitura em 2024: revolução da IA para um mundo mais humano

Livro aborda a mudança de paradigma com a chegada do ChatGPT, da OpenAI, quebrando as barreiras das plataformas fechadas.

A escolha do livro “A Era da IA e o nosso futuro como humanos” não é um simples acaso para nossa primeira sugestão de leitura para 2024, em meio às dúvidas que ainda cercam a chegada revolucionária da inteligência artificial. 

De acordo com o Google Trends, a expressão “inteligência artificial” foi a 10ª mais pesquisada no Brasil em 2023. Não sem razão, as pessoas querem aprender mais sobre IA , saber como está sendo usada e se preparar para o mercado de trabalho com a tecnologia. 

Pesquisa da Bain & Company indica que 58% dos executivos brasileiros C Level consideram a adoção da IA com prioridade estratégica nas suas empresas. Porém, muito se fala sobre ela, mas ainda se conhece pouco .

Os três autores do livro Eric Schmidt, ex-CEO do Google, Daniel Huttenlocher, diretor do MIT Schwarzman College of Computing, e Henry A. Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, que nos deixou em 2023, trazem insights separadamente sobre um pouco do que se sabe sobre a IA.

São entendimentos e interpretações colocadas por três mentes, de gerações diferentes, sob a nova era mundial com a inteligência artificial .

O livro “A Era da IA e o nosso futuro como humanos” é uma obra de referência sobre o impacto da inteligência artificial (IA) na sociedade humana.

Aborda a revolução da IA nas plataformas fechadas tão comuns hoje, tais como Spotify, Mercado Livre, Netflix, Amazon. Vai além, desde fábricas da BYD, General Motors e Tesla até o PIX e guerras da atualidade, como Ucrânia e Rússia, Israel e Hamas.

Aborda também a fantástica mudança de paradigma com a chegada do ChatGPT, da OpenAI, quebrando as barreiras das plataformas fechadas e o novo poder geopolítico da IA   envolvendo Estados Unidos, China, União Europeia, Índia e Rússia, sem esquecer do poder da criação de novos empregos e qualificações requalificação  profissionais. 

O poder da IA que ainda não conhecemos

A leitura deste livro mostra que a IA não é um negócio, muito menos um único produto. “Não é uma linguagem estratégica, não é um domínio”, como bem colocam os autores. 

É uma facilitadora de muitos setores e facetas da vida humana quais sejam: pesquisa científica, educação, manufatura, logística, transporte, defesa, aplicação da lei, política, publicidade, arte, cultura e muito mais que ainda não sabemos.

Com frequência, tenho lido várias citações que um dos motivos para inteligência artificial ter causado tanto impacto nos pessoas foi o fato de ser acessível a todos (as)  sem qualquer conhecimento prévio a respeito dela. 

Como podemos aprender a parar de nos preocupar e abraçar o futuro com imaginação e criatividade?

Ainda sabemos pouco até onde irá se estender e qual seu limite, porém temos exemplos próximos no nosso cotidiano. Vejo que, na atualidade, praticamente todo usuário da internet interage com uma IA diversas vezes ao dia, ou pelo menos com um conteúdo online configurado por uma IA. Eis a mão invisível da IA.

IA cria, mas também destrói empregos 

O livro sugere que haverá tanto diminuição quanto criação de postos de trabalho para os humanos. Haverá perda de empregos e fechamento de negócios

Os autores opinam que os governos, dos países que investirem em educação e treinamento para os trabalhadores estarão mais preparados para enfrentar os desafios causados pela IA,  bem como capacitar as pequenas e médias empresas para essa nova realidade.

IA e seus robôs velozes estão revolucionado os negócios 

  • Automatização de tarefas e novas oportunidades: A IA pode ser usada para automatizar tarefas repetitivas e rotineiras, como a entrada de dados, a análise de dados e o atendimento ao cliente, análise de imagens de diagnósticos médicos, atividades repetitivas nas empresas, fábricas e construção, aplicação de insumos agrícolas, medicamentos, rações e rastreamento de rebanhos e drones para aplicação e segurança.  Isso pode levar ao desemprego em setores que dependem dessas tarefas de rotinas com o padrão de conhecimento das respostas. Ao mesmo tempo exigir novas qualificações para trabalhadores e prestadores de serviços nesta área. 
  • Criação de novos empregos com novas habilidades: A IA também pode criar novos empregos, como desenvolvedores de IA, especialistas em segurança cibernética e gerentes de dados. Esses empregos exigem habilidades e conhecimentos específicos, que os trabalhadores precisarão desenvolver para se adaptarem às mudanças causadas pela IA.
  • Mudança de funções com novos perfis comportamentais: A IA também pode levar à mudança de funções dos trabalhadores. Por exemplo, um trabalhador que atualmente é responsável pela entrada de dados pode ser realocado para uma função que exija mais criatividade e pensamento crítico, assim como maior preparo nas gestão de pessoas, preparo técnico para operar e analisar informações e multitarefas.

Ganham os mais preparados

É importante ressaltar que o impacto da IA no mercado de trabalho varia de país para país e de setor para setor e preparo educacional e profissional de sua força de trabalho. Quanto maior o GAP educacional mais pessoas perdem o passo com a chegada da IA. 

A IA levará uma combinação de destruição e criação de empregos. Um estudo da McKinsey & Company estimou que a IA poderia automatizar até 800 milhões de empregos em todo o mundo até 2030. O estudo também estimou que a IA poderia criar até 970 milhões de novos empregos no mesmo período.

A destruição de empregos pode ser mais rápida do que a criação, aponta o livro. Isso pode levar a um período de turbulência econômica, à medida que os trabalhadores se adaptam às novas oportunidades.

Para nós, seres humanos, isso significa desenvolver habilidades que sejam difíceis de automatizar como por exemplo a capacidade de analisar o que o robô entrega sem pensar e julgar. Ou seja, é preciso uma adaptação rápida e ter um novo preparo para fazer o que a velocidade do robô consegue fazer melhor . 

IA é limitada pelos algoritmos

A inteligência artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que se concentra no desenvolvimento de sistemas e algoritmos capazes de realizar tarefas que normalmente exigiam  inteligência humana e um padrão conhecido.

Entretanto, existem as tarefas que não exigem mais humanos para serem executadas.

Como um exemplo simples emitir um bilhete de passagem, reservar um hotel, fazer um Pix, saber os resultados de exame laboratorial, fazer um pedido de compra para a entrega de comida, abrir uma porta ou uma catraca de entrada ou colocar um avião em voo de cruzeiro. 

Tudo que tem um padrão identificado pelo algoritmo. A IA fará rápido e fácil. Como se diz, é “save time” para os humanos.

Um algoritmo é uma sequência finita de ações executáveis que visam obter uma solução para um determinado tipo de problema com resultados previsíveis. 

O que não tem um  padrão conhecido a IA não faz ou faz errado. Iluda-se quem quiser.

Podemos citar, por exemplo, que a  IA não prevê o resultado de partidas de football. Daí a proliferação das casas de apostas no Brasil, as famosas BET e que existem para todos os gostos. Inclusive, usam a IA para induzir determinadas decisões; levantam rapidamente resultados de jogos passados como se este padrão se remeterá. A não ser, por manipulação de resultados… 

Humanos que ensinam robôs 

“Os humanos estão criando e proliferando formas não humanas de lógica cujo alcance e acuidade podem exceder as nossas”, dizem os autores em trechos do livro. 

Em outras palavras, é como uma receita que mostra passo a passo os procedimentos necessários para realizar uma tarefa executável.

IA tem velocidade, mas a inteligência é do ser humano

A IA não consegue identificar aquilo que não conhece. Processa em altíssima velocidade somente aquilo que conhece por meio dos dados e informações que armazena nos chips das máquinas. 

A IA é limitada pelos dados e informações que são armazenadas nos sistemas e pela velocidade de processamentos dos chips e computadores.

É um processador de informações de altíssima velocidade. Neste sentido são super máquinas de processamento e sabem fazer bem melhor que os humanos.  

Os algoritmos são usados em uma ampla variedade de contextos, desde tarefas simples do dia a dia, como fazer um bolo, até tarefas complexas, como encontrar o caminho mais curto entre dois pontos ou classificar um conjunto de dados, montar um ou diversos quebra cabeças com base nas pedrinhas conhecidas. 

O dilema ético: o exemplo do ‘The New York Times’ 

A IA não tem intenção, motivação, moralidade ou emoção. Tem chips, algoritmos, mas não tem coração, nem padrões morais ou éticos,  não come e nem precisa dormir nem sonhar

O jornal The New York Times moveu um processo contra a OpenAI, criadora do ChatGPT, e a Microsoft, que tem 49% de participação acionária da OpenAI e criou o Bing Chat.

O Times alega que as duas empresas “usaram milhões de seus artigos, protegidos por direitos autorais, para construir suas tecnologias que, agora, se tornaram extremamente lucrativas e passaram a competir diretamente com seus próprios serviços”, escreveram os advogados do jornal.

A IA não tem a capacidade de refletir sobre sua criação

Humanos têm coração, os robôs da IA têm chips. A IA não consegue fazer isso e também não é capaz de sentir uma compulsão moral ou filosófica para fazê-lo. A IA não tem a capacidade de refletir; cabe aos humanos decidirem sobre a relevância das ações da IA. Eles têm, portanto, o dever de regular e monitorar a tecnologia. 

Humanos são humanos. Máquinas são máquinas que podem errar feio. Elas não são só incapazes de refletir sobre algo, como também cometem erros — inclusive erros que qualquer ser humano consideraria rudimentares

Falta de pensamento crítico induz a erros fantásticos 

Como exemplo trago aqui fruto de uma experiência pessoal  recente, onde fiz uma pesquisa sobre determinado assunto e recebi 75% das respostas com erros.  

O que aconteceu? O robô da IA combinou informações parciais e gerou uma combinação de algoritmos corretas, porém combinando informações parciais. O robô só responde os dados que dispõe.

O aprendizado de máquina requer dados, sem os quais as IAs não conseguem aprender bons modelos. 

Em particular, os sistemas de reconhecimento facial costumam ser treinados em conjuntos de dados com poucas imagens de pessoas negras, resultando em baixa precisão. 

Tanto a quantidade quanto a cobertura são importantes — treinar IAs com grandes quantidades de imagens altamente semelhantes resultará em redes neurais que estão incorretamente certas de um resultado porque não o encontraram.

Por exemplo, os conjuntos de dados para treinar veículos autônomos podem conter relativamente poucos exemplos de situações extraordinárias, como quando um animal invade a pista, deixando pouco especificado para a IA sobre como ela deve lidar com essa situação. 

Ainda assim, em tais situações, ela precisa operar em níveis máximos. De maneira alternativa, o viés da IA pode ser resultado direto do viés humano — ou seja, seus dados de treinamento podem conter um viés inerente às ações humanas.

Os equívocos do senso comum, senso crítico 

A IA não apresenta o que chamamos de senso comum. Ocasionalmente, ela combina dois objetos que os humanos conseguem distinguir de maneira rápida e fácil. 

Muitas vezes, o que (e como) uma IA combina é algo inesperado — até porque, no momento em que o livro foi escrito, a rigidez dos sistemas de auditoria e submissão de IA é fraca. 

No mundo real, uma falha inesperada pode ser mais prejudicial, ou pelo menos mais desafiadora, do que uma falha esperada: a sociedade não consegue atenuar o que ela não pode prever. 

Fragilidade da IA é um reflexo da superficialidade do que ela aprende

As associações entre os aspectos de entradas e saídas com base no aprendizado supervisionado ou reforçado são muito diferentes da real compreensão humana, com seus muitos graus de conceituação e experiência, dizem os autores. 

Essa fragilidade também é um reflexo da falta de autoconsciência das IAs. Uma IA não tem essa sensibilidade. Ela não consegue identificar aquilo que não conhece. Dessa forma, não é capaz de identificar e evitar algo que, para os humanos, pode ser um erro óbvio. 

Essa incapacidade da IA de verificar erros claros por conta própria ressalta a importância de desenvolver testes que permitam aos humanos identificar os limites. Por isso, é fundamental desenvolver procedimentos para avaliar se uma IA funcionará conforme o esperado. 

Como o aprendizado de máquina impulsiona a IA no futuro próximo, os humanos permanecerão sem saber o que uma IA está aprendendo e como ela sabe o que aprendeu. 

A IA não tem a capacidade de refletir sobre sua descoberta 

Ao longo de muitas eras, os humanos passaram por guerras e, então, refletiram sobre as lições tiradas delas, suas tristezas e seus extremos — desde o relato de Homero sobre Heitor e Aquiles nos portões de Tróia, na Ilíada, até a pintura de Picasso, a Guernica, de vítimas civis na Guerra Civil Espanhola. 

A IA não consegue fazer isso e também não é capaz de sentir uma compulsão moral ou filosófica para fazê-lo. Ela simplesmente aplica seu método e gera um resultado, seja banal ou chocante, benigno ou maligno — de uma perspectiva humana. A IA não tem a capacidade de refletir; cabe aos humanos decidirem sobre a relevância das ações da IA.

Os erros dos robôs..

Quando a IA é empregada, devemos procurar entender seus erros — não para perdoá-los, mas para corrigi-los.

Chat GPT: uma revolução

A OpenAI apresentou uma IA chamada GPT-3 (“transformador pré-treinado generativo”, sendo que o número 3 representa a “terceira geração”), um modelo que, em resposta a um prompt, é capaz de produzir textos da mesma forma que um humano. 

A partir de uma frase, pergunta, o GPT-3 é capaz de produzir possíveis parágrafos de um texto; fornecer respostas possíveis; informações básicas, redigir um possível ensaio; fornecer uma transcrição de uma possível conversa.  Pode fazer tudo isso sobre qualquer assunto cujas informações estejam on-line. 

Ao consumir essas informações, ela treina para sua tarefa. Geram respostas possíveis a diversas entradas (portanto são chamados de modelos generativos). Isso os torna amplamente aplicáveis e, ao mesmo tempo, difíceis de avaliar, pois não resolvem problemas específicos.

Às vezes, os resultados que eles geram parecem estranhamente humanos; em outras, os resultados não fazem sentido ou são obviamente repetições mecânicas e combinações de frases humanas. 

Em vez dá um Google, agora dá um GPT

Os autores do livro “A Era da IA e o nosso futuro como humanos” também afirmam que o ChatGPT tem o potencial de transformar a maneira como usamos os mecanismos de busca. 

No futuro, o ChatGPT pode se tornar o principal meio de acesso à informação na internet, avaliam. O ChatGPT é uma ferramenta poderosa que tem o potencial de revolucionar a maneira como interagimos com as máquinas. Ele pode ser usado para criar novas aplicações e melhorar a eficiência de tarefas existentes.

Os autores discutem o ChatGPT como um exemplo de como a IA está se tornando mais acessível e disponível. Eles apontam que o ChatGPT pode ser usado por qualquer pessoa com uma conexão à Internet, sem a necessidade de uma plataforma específica.

Desejo uma boa leitura e novas descobertas sobre como usar a IA no mundo dos negócios e do trabalho A revolução está apenas começando.

Aloisio Sotero é professor de Finanças Corporativas e vice-diretor da Faculdade Central do Recife. É associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa,  e atua como  Conselheiro Estratégico de Negócios em empresas nacionais e internacionais.

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