O mês de janeiro não costuma ser muito agitado para a indústria automotiva. Tradicionalmente, as novidades estreiam só a partir de fevereiro, sendo que, em alguns casos, as fabricantes realizam lançamentos apenas depois do Carnaval. Só que a história vai ser bem diferente em 2022.
A pandemia do coronavírus (que segue prejudicando a vida das montadoras pela falta de peças) atrasou o cronograma de várias fabricantes. Resultado: o primeiro mês do ano será repleto de novidades.
Toyota Yaris ganha tapa no visual
A primeira estreia do ano acontece já nesta semana. A Toyota apresenta o novo Yaris, que não só resistiu aos boatos de que sairia de linha como vai trazer novidades. Disponível nas carrocerias hatch e sedã, o modelo ganhará mudanças pontuais no design, especialmente na dianteira.
Reforços na lista de equipamentos também são esperados, como a oferta de uma central multimídia mais moderna e novas opções de revestimento interno. Com a despedida do Etios (que segue em produção para abastecer outros mercados da América do Sul), o Yaris assume o papel de modelo mais barato da Toyota no mercado brasileiro. O lançamento oficial é esperado para o fim do mês.
Novo Classe C evolui em tudo, mas preço fica salgado
Antes de fevereiro também estreia o novo Mercedes-Benz Classe C. A sexta geração do sedã deveria ter sido lançada por aqui na metade de 2021, mas (adivinha?) a crise dos semicondutores afetou a produção do modelo na Alemanha, o que acabou postergando o lançamento em outros mercados internacionais.
A marca alemã escolheu uma ótima fonte de inspiração ao desenvolver o novo Classe C, já que o design esportivo e várias tecnologias vieram do Classe S – nada menos do que o carro mais sofisticado da Mercedes-Benz. Inicialmente, o sedã será oferecido em duas versões (C200 e C300), só que os preços partem de R$ 349.900. Ou seja, muito mais do que custam os rivais Audi A4, BMW Série 3 e Volvo S60.
Renault Kwid sobe de patamar
Na segunda quinzena de janeiro será a vez do novo Renault Kwid estrear no país. O hatch é um dos poucos remanescentes do segmento de populares de entrada, mas deve ficar mais caro com as melhorias da linha 2023.
Além de uma reestilização mais profunda (que inclui novos faróis, grade dianteira e para-choque frontal), o Kwid ganhará um interior mais refinado. Painel digital e materiais mais refinados estão na lista de prováveis novidades. A motorização 1.0 de três cilindros em linha deve passar por algumas modificações para entregar um pouco mais de potência.
Os planos da Great Wall
O primeiro mês de 2022 será encerrado com a estreia de mais uma marca chinesa. A Great Wall Motors deve anunciar seus planos para o mercado brasileiro.
A fabricante ganhou as manchetes no ano passado, quando adquiriu a fábrica de automóveis de passeio erguida pela Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP). é
Na ocasião, a empresa antecipou que pretende criar 2 mil empregos e transformar o complexo em uma de suas bases globais de exportação.
Além do Brasil, a meta é abastecer vários mercados da América do Sul. Para tanto, a Great Wall pretende ampliar a capacidade produtiva, que era de 20 mil unidades/ano nos tempos da Mercedes-Benz, para 100 mil carros por ano.
Em um primeiro momento, a Great Wall Motors (ou simplesmente GWM) vai importar seus veículos. A empresa, porém, já antecipou ao site “Automotive Business” que modelos híbridos e elétricos serão oferecidos desde o início de suas operações no Brasil.
A produção local deve começar para valer apenas em 2023. Há quem diga, inclusive, que modelos como a picape Poer devem ser vendidos por aqui.
| *Vitor Matsubara é jornalista automotivo e editor do Primeira Marcha. Tem passagens por Quatro Rodas, de 2008 a 2018, e UOL Carros, de 2018 a 2020. |
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