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Quais segredos levaram a Amazon ao sucesso?

Livro revela as chaves do sucesso da companhia e o que outros empreendedores podem utilizar em seus negócios.

Logo da amazon
Logo Amazon 08/08/2018 REUTERS/Pascal Rossignol

“Pense como a Amazon” é um livro escrito por John Rossman que revela por meio de 50 anotações em forma de insights o que está por trás do sucesso da gigante do comércio digital, a Amazon (AMZO34), empresa com nome e sobrenome Jeff Bezos – a chave do sucesso. Creio que a Amazon sem Jeff Bezos seria apenas uma empresa. 

O John Rossman reserva ao insight que denominou 50 1 ⁄ 2 a visão do futuro da empresa nos próximos anos. Rossman nos traz uma revelação fantástica, a possibilidade de até 2029 o Brasil abrir a quarta sede corporativa da Amazon, o famoso HD04 (Headquarter 04).

Esse é o cara. John Rossman é frequentemente citado como uma fonte de insights valiosos sobre a cultura corporativa e os processos de inovação da Amazon, tornando-se uma referência na área de estratégia empresarial e transformação digital.

John Rossman foi o responsável pelo vitorioso sistema de marketplace da Amazon, o que significa, em números, 50% do faturamento do conglomerado de Jeff Bezos.

“Eu me juntei à Amazon no começo de 2002 para liderar o lançamento do Amazon Marketplace. Hoje, a plataforma, que é responsável por 50% de todas as unidades vendidas na Amazon, tem mais de três milhões de vendedores “, diz Rossman.

Com uma linguagem acessível e exemplos práticos, “Pense como a Amazon”  é um livro denso, referência em biblioteca para fundamentar cada ideia àqueles interessados em entender os princípios e práticas que fizeram da companhia ser uma das mais bem sucedidas do mundo. 

“Pense como a Amazon” já faz parte dos meus livros de cabeceira e apresenta uma análise detalhada da mentalidade e estratégias adotadas pela empresa de Jeff Bezos, proporcionando lições para empreendedores, gestores e profissionais interessados em se destacar no mundo dos negócios.

Princípios da cultura da Amazon

Ao longo do livro, Rossman explora os princípios que norteiam a cultura organizacional da Amazon, destacando a importância da obsessão pelo cliente, da inovação constante, da agilidade e da resiliência. 

Ele também revela a mentalidade voltada para o longo prazo, a experimentação contínua e a busca incansável pela excelência operacional.

Uma das principais lições transmitidas pelo autor é a necessidade de pensar grande e agir pequeno, desafiar constantemente o status quo. 

A Amazon é conhecida por seu apetite em assumir riscos e experimentar novos modelos de negócios, sempre colocando o cliente no centro de suas decisões.

A disrupção como modelo  

Outra grande “sacada”, diria uma grande visão de Jeff Bezos, é com relação a quebra do seu modelo de negócios, sendo superado com outra forma de pensar diferente, a disrupção como diferencial e agregador aos negócios.

Disrupção refere-se a uma mudança significativa e abrupta no ambiente de negócios que desafia ou interrompe modelos existentes, processos operacionais, produtos ou serviços estabelecidos. 

Ou seja, atacar melhor é atacar mais. Sejamos disruptivos. Criar novos modelos de negócios diferentes e prósperos. Aqui está a magia de Bezos, agir sempre começando o que é chamada a visão do Dia 1. 

E de onde virá a grande disrupção? 

Simples. Virá via digital. Com a introdução de mundo real das pessoas por meio de plataformas habilitadoras ou aplicativos que impulsionam a velocidade e agilidade dos processos internos e externos da empresa, facilitando a vida dos clientes. Obsessão pelo cliente. Sempre assim!

Como o próprio Jeff Bezos disse em uma entrevista em 2013: “as empresas têm prazo de validade. Empresas têm vida útil curta, e a Amazon um dia passará por uma disrupção. Não me preocupo com isso porque sei que é inevitável“, afirma Bezos. 

 “As empresas vêm e vão. Ainda que sejam as mais brilhantes e essenciais em cada era, elas se vão, é só esperar algumas décadas”, acrescenta Bezos. 

O uso de dados e a tecnologia

O livro também destaca a importância do uso de dados e da tecnologia para impulsionar o crescimento e melhorar a experiência do cliente.

Rossman explora como a Amazon utiliza a inteligência artificial, a análise de dados e a automação para personalizar recomendações. 

Com essa abordagem, o livro estimula o leitor a repensar seus negócios, buscando aprimorar a experiência do cliente, promover a inovação e se adaptar rapidamente às mudanças do mercado.

Em suma, “Pense como a Amazon” é uma leitura inspiradora e instrutiva, repleta de dicas práticas e exemplos reais que podem ser aplicados em qualquer negócio. 

Assim aprendi com a leitura do livro e pratico no dia a dia:

  1. Não copiar, mas inspirar-se nesses 50 Insights. Até porque a copy não se aplica a todos os modelos de negócios. Inspirar-se para fazer sempre melhor.
  2. Fazer “apostas que outros negócios não conseguem fazer”, a partir de nossas habilidades. 
  3. Tornar-se digital, o que significa construir esses traços no negócio para competir de forma diferente em velocidade e agilidade. 
  4. A inovação em seu negócio é movida pela agilidade, isto é: pela habilidade de fazer tantas mudanças grandes quanto pequenas acontecerem. 
  5. Aplicação de programas (Application Programming Interfaces, ou apps). 
  6. O digital se baseia em duas coisas: velocidade e agilidade – externamente, para seus clientes e o mercado, e internamente, na sua empresa. 
  7. Para ser mais específico, o que significa ser digital baseia-se em velocidade e agilidade envoltas em novos modelos de negócios, em inovação e na coleta e no uso de uma quantidade imensa de dados. 
  8. Velocidade é um movimento repetitivo muito preciso. É mover-se numa direção de forma bem eficiente, com precisão. 
  9. Ter excelência operacional em escala é o equivalente nos negócios à velocidade. 
  10. Tenha agilidade, ou seja, a habilidade de perceber fatores, indicadores e mudanças cruciais no mercado e rapidamente fazer mudanças e ajustes. 
  11. Mova-se sempre por métricas e gestão de dados. Faça os números falarem.
  12. Faça reuniões de métricas. Sem os dados numa reunião vira-se conversa de “mesa de bar”.
  13. Entregue a cada gestor a responsabilidade pelas suas métricas.
  14. Ser digital não é uma questão de tecnologia apenas, mas uma mentalidade para tornar a sua empresa ágil e veloz! 

É um livro que recomendo a todos, a partir de minha experiência como executivo para empreendedores, líderes e profissionais que desejam se inspirar e aprender com uma das empresas mais influentes e bem sucedidas da era digital.

*Aloísio Sotero é professor, gestor de negócios, vice-diretor da Faculdade Central do Recife, membro associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Aloisio Sotero
Imagem de divulgação: Aloísio Sotero.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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