Pergunta do leitor: Tenho um dinheiro guardado e gostaria de investir no setor imobiliário. O que dá mais retorno: comprar um imóvel para receber a renda do aluguel ou aplicar em fundos imobiliários?
Resposta de Rejane Tamoto:
Quando você compra um imóvel para investimento, precisa aceitar que não terá o dinheiro na hora que precisar sem ter prejuízo na venda. Essa possibilidade é o que chamamos de baixa liquidez.
Dados da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) mostram que o tempo médio para a venda de um apartamento é de 1 ano e 4 meses. Dependendo de como estiver a economia do país no momento da venda, há o risco de o imóvel não valorizar, mesmo estando bem localizado e com a manutenção em dia.
Se a ideia é viver de renda do aluguel de imóvel, esse risco também existe: o imóvel pode ficar sem inquilino, forçando o proprietário a baixar o valor do aluguel e ter uma rentabilidade menor. Foi o que aconteceu com muitos locatários na pandemia. Destaco que há cobrança de Imposto de Renda sobre o lucro obtido na venda de imóveis e sobre o recebimento de aluguel, o que também acaba reduzindo os ganhos de quem investiu.
Os fundos imobiliários oferecem algumas vantagens nessa comparação, começando pela isenção de Imposto de Renda no recebimento da renda de aluguéis. Essa regra só vale para investimento em fundos com mais de 50 cotistas, que são exclusivamente negociados em bolsa.
Para usar esse benefício, o investidor não pode ter mais do que 10% das cotas. A isenção de imposto não se aplica quando o investidor resgata, e precisa vender suas cotas em bolsa.
Outra vantagem na comparação com o imóvel físico é que, nos fundos, a administração e gestão são feitas por profissionais, que podem diversificar o perfil dos imóveis, melhorando a relação entre risco e retorno.
Na comparação com o imóvel físico, o fundo tem mais liquidez, mas é importante lembrar que o valor investido também vai oscilar, ou seja, pode valorizar e desvalorizar diariamente na bolsa. Por isso, é importante que esteja em uma estratégia de longo prazo.
Antes de investir, a primeira regra é ter uma carteira diversificada. Na prática, é como diz o ditado: não colocar todos os ovos na mesma cesta. Diversificar amplia as chances de retorno sem correr tantos riscos.
Essa regra também vale para o investimento em imóveis ou fundos imobiliários: eles devem ser apenas uma parte do seu patrimônio e não todo. Outra regra importante é ter uma carteira de investimentos que, acima de tudo, atenda seus objetivos e necessidades e isso pode ser avaliado por um Planejador Financeiro.
*Rejane Tamoto é Planejadora Fiduciária da Fiduc.
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