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BC batiza real digital de Drex; previsão de estreia em 2024 fica em xeque

Mobilização de servidores deve afetar cronograma de lançamento da nova moeda.

O Banco Central informou nesta segunda-feira (7) que o real digital será chamado de “Drex”, em anúncio feito em meio a uma operação padrão de servidores do órgão que tende a afetar o cronograma para lançamento do produto. O nome foi criado pela área de marketing do BC, assim como Pix.

“A mobilização do pessoal do banco tem afetado todos os processos, o Real Digital não é diferente”, disse Fábio Araújo, coordenador da iniciativa do Real Digital no Banco Central, em live sobre o tema. Ele não deu detalhes sobre eventual atraso no projeto.

BC batiza Real Digital de Drex (Imagem: Divulgação/Banco Central)
BC batiza Real Digital de Drex (Imagem: Divulgação/Banco Central)

Em março, Araújo havia informado que o uso da moeda digital pela população deveria começar no final de 2024, após a conclusão da fase de testes.

O BC divulgou em maio a lista de instituições selecionadas para participarem do desenvolvimento do piloto do real digital.

Na live promovida pelo BC, os técnicos da autarquia ressaltaram que a área de tecnologia do órgão sofreu uma redução de aproximadamente 30% no quadro de pessoal em dez anos.

Origem do nome Drex

De acordo com a autoridade monetária, a criação da moeda digital de banco central (em inglês, Central Bank Digital Currency – CBDC) viabilizará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso democrático por cidadãos e empreendedores.

“A combinação de letras forma uma palavra com sonoridade forte e moderna: ‘d’ e ‘r’ fazem alusão ao Real Digital; o ‘e’ vem de eletrônico e o ‘x’ passa a ideia de modernidade e de conexão”, disse o BC em nota.

Análise

Para Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research, “o nome (Drex) é mais um passo em direção à implementação do ativo, que não é uma criptomoeda como o bitcoin e o ethereum, no sentido de ser descentralizado e criado por um projeto independente. Não é nem stablecoin, é uma representação virtual do real“.

“Ou seja, é apenas uma moeda fiduciária em representação diferente com infraestrutura de blockchain. Tecnologia nova, que ganha eficiência e mais barateada, mas com controle do dinheiro no BC”

Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research

Na mesma linha, Tatiana Mello Guazzelli, especialista em mercado de criptoativos, explica que “o Drex é uma moeda que vai poder ser usada no Brasil assim como o real físico. Ao contrário dos criptoativos, considerados ativos, o Drex tem curso forçado”.

Bazan acredita que “a expectativa quando entrar na rua é que não deve haver grande mudança comportamental dos brasileiros, mas gradativamente mais ferramentas de tecnologia vão ser aplicadas para a população transacionar mais digitalmente e menos com papel-moeda.”

Já Guazzelli comenta que “existem alguns pontos em aberto que estão sendo discutidos no âmbito do piloto”, e cita: “Como as pessoas poderão ter acesso ao real digital? As pessoas terão carteira em cada um dos bancos para ter acesso à moeda? Ou os bancos terão acesso à moeda, emitirão uma stablecoin, e aí ela seria acessada pelas pessoas no varejo?”.

“Esses são alguns dos pontos discutidos, mas a ideia é que o processo seja centralizado no Banco Central, por isso o Drex está sendo comparado com o Pix, mesmo que tenham propósitos bem diferentes”, analisa a especialista, que é sócia do Pinheiro Neto Advogados.

*Com Reuters e Estadão Conteúdo.

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