1 – Metade do dinheiro esquecido nos bancos não foi resgatado

Mais da metade dos recursos “esquecidos” no sistema financeiro por cidadãos e empresas não foi resgatado desde que o Banco Central (BC) criou o Sistema de Resgate de Valores a Receber (SRV).

Esse é um mecanismo que permite que os titulares do dinheiro possam reaver as quantias que foram deixadas de lado no sistema financeiro. Até abril, apenas R$ 3,93 bilhões foram devolvidos, de um total “esquecido” de R$ 11 bilhões, segundo estatísticas do Banco Central. Ou seja, R$ 7,08 bilhões continuam de posse da autoridade monetária, aguardando o resgate.

A maior fatia das cifras a receber (R$ 5,7 bilhões) é de pessoas físicas e envolvem 36,1 mil beneficiários. As empresas respondem por R$ 1,3 bilhão e somam um total de 2,7 mil CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas).

Mãos manuseando notas de 50 reais brasileiras, parte delas borrada pelo movimento.
Real Moeda brasileira

Os bancos são os principais detentores do dinheiro ainda não devolvido. Eles reúnem R$ 4,1 bilhões, seguidos pelas administradoras de consórcios (R$ 2,1 bilhões), cooperativas (R$ 635,1 milhões), financeiras (R$ 93,8 milhões) e também por instituições de pagamento (R$ 76,4 milhões).

Em número de beneficiários que ainda não resgataram os valores, os bancos reúnem 26,4 milhões de pessoas físicas e jurídicas, seguidos pelas administradoras de consórcios (8,2 milhões) e pelas financeiras (3,2 milhões).

De março para abril, o dado mais atualizado do Banco Central, o volume de recursos disponível para resgate aumentou 12%. Em março deste ano, eram R$ 6,3 bilhões e em abril, R$ 7,08 bilhões.

O que já foi devolvido

Os dados do Banco Central mostram que, dos R$ 3,93 bilhões devolvidos até agora, a maior parte (R$ 2,94 bilhões) foi embolsada por pessoas físicas.

Foram 13,4 milhões de CPFs (Cadastro de Pessoas Físicas) no total. No mesmo período, as cifras das pessoas jurídicas somaram R$ 984,5 milhões e foram destinadas a 493,1 mil empresas.

De março para abril deste ano, houve uma queda significativa de 48,7% no total de valores devolvidos. Em março haviam sido devolvidos R$ 505 milhões e, em abril, foram outros R$ 259 milhões.

Valores baixos

Segundo o Banco Central, a maioria dos beneficiários do SVR têm valores abaixo de R$ 10 para resgatar. O relatório do BC aponta que 29,2 milhões de contas, o equivalente a 62,55% do total, têm menos de R$ 10 em valores “esquecidos” a serem resgatados.

Na outra ponta, apenas 643,1 mil contas, ou 1,37% do total, têm valores para resgatar acima de R$ 1.000,01.

2 – CNI aponta para urgência na aprovação de reforma tributária no Congresso

O relatório do grupo de trabalho da reforma tributária na Câmara, divulgado na terça-feira, 6, agradou à Confederação Nacional da Indústria (CNI), que declarou apoio às principais diretrizes da proposta. Em nota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, pede que a mudança no modelo de tributação do País seja aprovada “com urgência” no Congresso e afirma que a reforma tem potencial de acelerar o crescimento da economia brasileira. A expectativa é que o texto final vá para votação no plenário da Câmara na primeira semana de julho.

A indústria nunca foi um foco de resistência à reforma tributária, que gera mais controvérsia no setor de serviços, no agronegócio e entre governadores e prefeitos. As diretrizes apresentadas pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da proposta, sugerem a substituição de cinco tributos sobre consumo (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS) por um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, com uma parte da alíquota arrecadada pela União e outra por Estados e municípios.

“O novo modelo tributário indicado pelo Grupo de Trabalho da Câmara garante o desenvolvimento e o crescimento do Brasil com vantagens para os brasileiros. Essa reforma é aguardada há mais de 30 anos e, segundo estudo da UFMG, deve gerar crescimento adicional de 12% no PIB do país em 15 anos”, afirma o presidente da CNI. “Esse novo modelo elimina várias distorções, simplifica e dá mais transparência à tributação sobre o consumo.”

Na visão da CNI, um dos principais avanços da reforma é acabar com a cumulatividade na cobrança de impostos ao longo da cadeia produtiva. “Além de desonerar completamente as exportações, com o fim da cumulatividade e a restituição rápida dos saldos credores do IBS e da CBS, como o mundo todo faz, o novo modelo também desonera os investimentos. Essa regra é fundamental para reduzir o custo de se investir no Brasil, o que representa importante passo para impulsionar o crescimento econômico”, diz a confederação.

O relatório do GT propôs que o IVA tenha uma alíquota padrão, que servirá de referência para a tributação do consumo, mas abre a possibilidade de tratamento diferenciado, com alíquotas menores, para determinados bens e serviços, como saúde, educação, transporte coletivo, (urbano, semiurbano ou metropolitano), aviação regional e produção rural. A cobrança passa a ser no destino (onde o produto é consumido) e não mais na origem (onde é produzido).

“Além disso, é importante mencionar que as previsões de regimes específicos para operações com bens imóveis, serviços financeiros, cooperativas e combustíveis estão em linha com as práticas internacionais do IVA. O relatório também prevê tratamento adequado às empresas optantes pelo Simples Nacional e que se deve garantir os investimentos feitos na Zona Franca de Manaus”, afirma a CNI.

A Confederação também elogia a proposta de criação de um Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), com aporte de recursos da União, para compensar o fim dos incentivos fiscais do ICMS concedidos pelos Estados para atrair empresas. O valor do fundo, que ficará fora das regras fiscais do País, ainda não está definido e depende de negociações do Ministério da Fazenda com os governadores.

3 – Inflação na China tem alta de 0,2% em maio

A taxa anual da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China subiu 0,2% em maio, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira, 9, pelo Bureau Nacional de Estatísticas (NBS). O resultado apresentou ritmo menor do que o esperado por analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 0,3%. Já a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da China teve queda anual de 4,6% em abril. O consenso no levantamento da FactSet era de recuo menos acentuado, de 4,4%. Em relação a abril, o CPI chinês diminuiu 0,2% em maio, enquanto o PPI cedeu 0,9%. Fonte: Dow Jones Newswires.

Com informações da agência Estado