Fed deve aumentar juros e mercados preveem fim do jogo da inflação
O Federal Reserve deve elevar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira (26), marcando a 11ª alta nas últimas 12 reuniões de política monetária do banco central dos Estados Unidos e possivelmente um último movimento em sua batalha agressiva para domar a inflação.
O aumento, esperado por investidores com quase 100% de probabilidade, elevará a taxa de juros de referência para a faixa de 5,25% a 5,50%. Isso a levará ao nível mais alto desde a abordagem da crise financeira e recessão de 2007-2009.
Existe pouca perspectiva que um colapso semelhante esteja no horizonte. Longe disso, a economia está se mostrando mais resiliente ao aumento dose juros do que o esperado, com crescimento contínuo e uma taxa de desemprego atualmente em 3,6%.
Ao avaliar para onde a política monetária pode seguir, na verdade o Fed estará avaliando de um lado se a economia continua forte demais para levar uma taxa de inflação ainda elevada à meta de 2% do banco central, de outro evidências de que um processo de desinflação pode estar em andamento e que deve continuar mesmo sem quaisquer aumento adicional dos juros.
Depois de uma série rápida de aumentos de juros no ano passado, com passos extraordinariamente grandes de 0,75 ponto percentual em dado momento, as autoridades dizem que agora estão tomando decisões a cada reunião com base em dados recebidos, uma abordagem que busca manter suas opções em aberto e que provavelmente será enfatizada pelo chair do Fed, Jerome Powell, em coletiva de imprensa logo após a divulgação do comunicado às 15h (horário de Brasília).
Uma questão determinante, disse Steve Englander, chefe de pesquisa cambial do G10 e estratégia macro da América do Norte no Standard Chartered, é se o Fed “colocará mais ênfase na inflação mais fraca do que o esperado ou na atividade mais forte do que o esperado ao determinar a política monetária” no futuro .
O Fed não atualizará as projeções econômicas e de taxa de juros nesta reunião, embora as autoridades tenham a chance de discutir dados de pesquisas que assumiram maior importância desde o colapso de uma série de bancos regionais no início deste ano.
As projeções de junho mostraram que o Fed provavelmente está chegando ao fim de seu ciclo de alta, com a maioria das autoridades vendo a necessidade de apenas mais um aumento de 0,25 ponto percentual além da alta esperada nesta quarta-feira.
Dados desde junho reduziram as expectativas de que novos aumentos nos custos de empréstimos serão necessários, com números de inflação mais fracos do que o esperado e informações sobre preços ao produtor e outros aspectos da economia sugerindo que mais moderação está se desenvolvendo.
Pacote traz mudanças em operações com Tesouro
O governo Lula vai ampliar o acesso de Estados e municípios de menor porte a operações de crédito com apoio do Tesouro Nacional. O objetivo de pacote que o Ministério da Fazenda vai anunciar nesta quarta, 26, é incentivar a melhoria da saúde fiscal e elevar a chamada capacidade de pagamento (Capag) – ou seja, a nota de crédito desses entes.
A Capag é uma espécie de rating ou de nota de crédito que o Tesouro atribui a Estados e municípios de acordo com a saúde financeira de cada ente. Essa nota vai determinar as condições que um Estado ou um município terão para tomar empréstimos do governo federal. As notas vão de A a D. Estados e municípios com notas A e B podem, por exemplo, pegar empréstimos com garantia da União.
“Vamos tentar fazer com que um maior número possível de Estados e municípios alcance o rating A”, afirmou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron.
O novo pacote conta com pelo menos sete mudanças na Capag e nas regras que guiam esses financiamentos. Entre os ajustes, estão a definição de um critério alternativo para Estados e municípios chegarem ao rating mais elevado, redução do limite mínimo do valor das contratações e uma vinculação de sistemas que criará o rating “A+” (que dará direito a uma análise mais rápida pelo Tesouro do pedido de operação de crédito).
O governo também vai sugerir ao Conselho Monetário Nacional a definição de teto de juros para empréstimos a Estados e municípios que não têm garantia do Tesouro.
Gripe aviária: Agricultura confirma mais um caso em ave silvestre; total sobe para 68
O Ministério da Agricultura informou, em atualização na plataforma oficial às 19h, que um novo foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP, vírus H5N1) em ave silvestre foi detectado no Brasil. No total, há 66 casos da doença em aves silvestres no País e dois focos em produção de subsistência, de criação doméstica. De acordo com o ministério, há outras sete investigações em andamento, com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo.
As notificações em aves silvestres e ou de subsistência não comprometem o status do Brasil como país livre de IAAP e não trazem restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, conforme prevê a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
*Com Estadão Conteúdo e Reuters.
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