1- Governo deve recuar e aumentar juro do consignado
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve recuar e voltar a subir os juros do consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após os bancos suspenderam os empréstimos para aposentados e pensionistas devido ao teto mais baixo imposto pelo governo. A taxa, que antes era 2,14%, caiu para 1,70% por decisão do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Em reunião no Palácio do Planalto na véspera, Rui Costa (Casa Civil), Lupi e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, discutiram uma fórmula para solucionar a questão para evitar que a operação continue suspensa pela maior parte dos bancos, incluindo públicos, como BB e Caixa, e privados, como Itaú Unibanco, Mercantil do Brasil, Banco Pan, Daycoval e Agibank. Participaram do encontro também as presidentes da Caixa, Rita Serrano, e do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.
Na reunião, os ministros concordaram quanto à necessidade de o governo adotar um “meio-termo”, que oscilaria entre 1,8% e 2% de juro, mas não houve acordo sobre o patamar e tampouco quando a medida entraria em vigor. A falta de acordo levará os titulares das pastas a se reunir novamente na próxima sexta-feira, 24, e desta vez contar com a presença de representantes do sistema financeiro, dos bancos e do governo. Esta reunião também se dará depois da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que decide sobre os rumos da taxa básica de juros na quarta-feira, 22.
Haddad vai coordenar um grupo de trabalho com técnicos de bancos públicos e privados para chegar a uma solução e debelar o impasse com Lupi, que causou um novo choque com a equipe econômica do governo por ter sido adotada sem o aval das áreas técnicas da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil. O ministro já havia sido desautorizado por Rui Costa por defender a revisão da reforma da previdência aprovada em 2019.
2 – Americanas propõe aporte de R$ 10 bi e venda do Natural da Terra
A Americanas (AMER3) entregou à Justiça do Rio de Janeiro seu plano de recuperação judicial, no qual propõe um aporte de R$ 10 bilhões pelos acionistas de referência e a venda de uma série de ativos, incluindo o hortifruti Natural da Terra, disse a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, nesta segunda-feira, citando o documento.
O valor da injeção de capital pelo trio de acionistas de referência da empresa, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, é igual ao apresentado pela Americanas aos credores financeiros no início deste mês, quando não se chegou a um acordo, segundo a companhia.
No plano, também consta a conversão da dívida em ações até o limite de 10 bilhões de reais e a possibilidade de um leilão reverso até o limite de 2,5 bilhões de reais, de acordo com O Globo.
A companhia havia divulgado anteriormente uma proposta a credores que incluía a conversão de dívidas financeiras de cerca de 18 bilhões de reais, parte em capital e parte em dívida subordinada, e, adicionalmente, uma recompra de dívida de 12 bilhões de reais.
A Americanas ainda prevê no plano a venda de ativos, como a Uni.co, dona de marcas como Puket e Imaginarium, o hortifruti Natural da Terra, e a participação na joint venture Vem Conveniência, disse o jornal.
Em fevereiro, a Americanas chegou a dizer que não estava negociando a venda do Natural da Terra.
3 – Mercado americano e europeu opera em alta antes de decisão de juros do FED
Às vésperas da divulgação da decisão sobre a taxa de juros pelo Federal Reserve, bolsas americanas e europeias operam com tendência de alta nesta terça-feira, 21. Na véspera, repercutiu bem o anúncio de compra do Credit Suisse pelo UBS, o que fez que os mercados globais fechassem em alta – exceto no Brasil.
O Ibovespa foi afetado por declarações de Lula sobre a necessidade de investimentos e avanços sociais não serem colocados como gastos, além de defender o uso de bancos públicos para a oferta de crédito e financiamento do desenvolvimento do país.
Diante disso, é esperado que a taxa básica de juros seja mantida no atual patamar de 13,75% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que se inicia hoje.
Já para a reunião que vai definir a taxa de juros nos Estados Unidos, é aguardada a elevação de 25 pontos-base. Mas dado a crise causada pelo Silicon Valley e temores sobre uma possível crise de liquidez, não é descartada uma pausa no aumento dos juros americanos.
Com Reuters e Estadão
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