1 – “Evento zero” de apagão nacional teve origem em falha de subsidiária da Eletrobras, diz ministro
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quarta-feira que o “evento zero” do apagão que atingiu quase todo o país na véspera ocorreu a partir da falha em uma linha de transmissão operada pela Chesf, subsidiária da Eletrobras (ELET3), no Ceará.
“Essas informações foram concluídas agora no final da tarde, de que o evento zero, que nós chamamos, o evento que iniciou esse processo, se deu da linha Quixadá-Fortaleza, no Estado do Ceará”, disse o ministro a repórteres.
“Esse evento foi um evento considerado, a princípio, um evento de pequena magnitude. Ele, isoladamente, como nós dissemos ontem, ele não era suficiente para causar o colapso do sistema como um todo”, acrescentou. “A partir desse evento, que é um evento que ocorreu numa linha da Eletrobras, da Chesf, por um erro de programação, o sistema não se protegeu como deveria ter acontecido e ocasionou uma série de outras falhas dos sistemas a partir daí, que serão apuradas pelo ONS.”
De acordo com Silveira, a subsidiária Chesf fez contato com o Operador Nacional do Sistema Elétrico — órgão que coordena e controla a operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no país — admitindo o erro do sistema e disse que não é possível afirmar ainda se o evento foi causado por uma falha humana ou sistêmica.
Silveira acrescentou que apenas a falha isolada, já corrigida pela empresa, não seria capaz de causar um evento de tal magnitude.
O ministro disse ainda que um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para investigar o caso e todas as hipóteses estão sendo trabalhadas com relação à interrupção generalizada de terça-feira.
“Eu gostaria muito de ter recebido por parte do ONS hoje um apontamento exclusivamente técnico que fundamentasse ou que alicerçasse o ocorrido ontem, mas infelizmente não foi essa a posição do ONS, (foi) de que realmente todas as hipóteses podem ser aventadas.”
O apagão que atingiu o país na véspera motivou a aprovação de convites ao ministro de Minas e Energia em duas comissões da Câmara, a de Minas e Energia e a de Fiscalização Financeira e Controle. Os dois requerimentos aprovados em cada um dos colegiados pedem que Silveira seja convidado — e não convocado, situação que o obrigaria a comparecer. Um dos pedidos foi apresentado pela deputada da oposição Bia Kicis (PL-DF), mas o outro foi protocolado pelo parlamentar governista Odair Cunha (PT-MG).
Questionado sobre os convites, o ministro esquivou-se, mas fez questão de dizer que o debate com a Câmara e o Senado “é fundamental”.
2 – Stone&Co tem lucro 477% maior ano a ano
A Stone&Co (STOC31) registrou lucro líquido ajustado de R$ 322 milhões no segundo trimestre, alta de 477% ano a ano, com impulso do forte desempenho do segmento de micro, pequenos e médios empreendedores, informou a empresa nesta quarta-feira.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Stone foi de R$ 1,5 bilhão no trimestre, aumento de 46% ante os meses de abril a junho de 2022.
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de R$ 289,2 milhões, segundo dados da Refinitiv.
A receita líquida da companhia somou R$ 3 bilhões no segundo trimestre, aumento de 28% na base anual e superior à expectativa média do mercado de 2,9 bilhões de reais.
O resultado refletiu uma maior base de clientes ativos e de volume de transações no segmento de micro, pequenas e médias empresas (MPME), o principal do grupo, combinado a um melhor controle de custos, disse Mateus Scherer, diretor financeiro da Stone&Co.
A base de clientes ativos de MPME subiu 43,3% ano a ano no período, para 2,96 milhões, sendo 203,9 mil novos clientes nos meses de abril a junho. A taxa de comissão cobrada dos lojistas para esse segmento, ou “take rate”, também subiu no trimestre, a 2,48%, de 2,09% um ano antes.
No segmento, a Stone teve um crescimento no volume de pagamentos processados (TPV) de 19,3% no trimestre encerrado em junho ante mesmo período em 2022, para 83,3 bilhões de reais.
Os custos de serviços somaram 685,3 milhões de reais, 23,2% da receita da companhia, enquanto as despesas administrativas somaram 303,9 milhões de reais, 10,3% da receita. Na base ajustada, as despesas administrativas foram de 269,1 milhões de reais, 9,1% da receita.
Apesar dos sinais de início de ciclo de queda de juros no Brasil e aceleração da atividade econômica, Scherer disse que um aumento na taxa de comissão passada a lojistas não está nos planos da empresa, cujo negócio de pagamentos totalizou 3 milhões de clientes ativos ao fim do segundo trimestre.
“Obviamente, conforme o juro cai, a gente precisa observar como vai ser o comportamento do mercado. De modo geral, não temos intenção de liderar nenhum movimento de precificação para baixo no curto prazo, mas é um tema que estamos estudando.”
O segmento de serviços financeiros — que abrange adquirência, banking e crédito — cresceu 32,0% na comparação anual, com receita de 2,6 bilhões de reais, e o segmento de software — composto por outras empresas adquiridas pela Stone, como Linx — teve aumento de 9,2% na receita, para 383 milhões de reais no período.
3 – IPC-Fipe cai 0,44%
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, registrou baixa de 0,44% na segunda quadrissemana de agosto, após o declínio de 0,34% observado na primeira quadrissemana do mês, segundo dados publicados nesta quinta-feira, 17, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na segunda leitura deste mês, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força ou recuaram em ritmo mais acelerado: Habitação (de -0,16% na primeira quadrissemana de agosto a -0,48% na segunda); Transportes (de 0,15% a estabilidade); Despesas Pessoais (de -0,25% a -0,38%); e Saúde (de 0,55% a 0,53%);
Por outro lado, houve aceleração ou redução na queda nas categorias de Alimentação (de -1,40% a -1,28%); Vestuário (de 0,29% a 0,47%); e Educação (de 0,36% a 0,38%).
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na segunda quadrissemana de agosto:
– Habitação: -0,48%
– Alimentação: -1,28%
– Transportes: 0,00%
– Despesas Pessoais: -0,38%
– Saúde: 0,53%
– Vestuário: 0,47%
– Educação: 0,38%
– Índice Geral: -0,44%
- Com Reuters e Estadão
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