Economia
5 fatos para hoje: suspensão de teto de dívida nos EUA; PEC dos precatórios
Presidente da Câmara dos Deputados criou uma comissão especial da PEC dos precatórios e marcou eleição para esta quarta-feira.
1 – Unidade da Evergrande diz que pagará juros de uma de suas dívidas no dia 23
Uma unidade da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande afirmou que pagará dentro do prazo os juros de uma emissão de títulos na quinta-feira (23) oferecendo ao endividado conglomerado um pequeno respiro no momento em que tenta melhorar sua estrutura de capital e consertar sua imagem internacional. A unidade, a Hengda Real Estate Group Co, pagará 232 milhões de yuans (o equivalente a US$ 35,9 milhões) em juros de sua emissão de bonds com vencimento em setembro de 2025, que tem juros de 5,80%, informou a companhia nesta quarta-feira, 22, em comunicado.
Investidores têm monitorado a Evergrande de perto, temendo que um possível calote de uma das maiores incorporadoras imobiliárias da China crie riscos financeiros sistêmicos e gere problemas para todo o mercado.
A queda nas vendas contratadas, atrasos em planos de venda de ativos e a política restritiva de Pequim sobre o setor contribuíram para as preocupações com os patamares de liquidez da empresa.
2 – Ambipar leva à bolsa braço de gestão de resíduos
A empresa de soluções ambientais Ambipar (AMBP3) decidiu encarar a aversão ao risco do mercado e lançou uma oferta inicial de ações (IPO, pela sigla em inglês) de seu negócio de gestão de resíduos, batizado de Enrivonmental ESG Participações. Para sustentar uma estratégia agressiva de aquisições, característica que tem marcado seu histórico desde a abertura de capital, a companhia tem intenção de arrecadar mais R$ 3 bilhões na Bolsa – volume quase três vezes superior ao do IPO da “empresa-mãe”, em 2020.
Na prática, o IPO do braço de gestão de resíduos significará a “divisão” da empresa na Bolsa. Hoje, a Ambipar tem duas frentes de negócios adicionais. Além da área de gestão do lixo, que agora caminha para ser listada, ela possui o segmento de prevenção e gerenciamento de acidentes ambientais – atuou, por exemplo, na tragédia em Brumadinho (MG), depois do rompimento de uma barragem, em janeiro de 2019.
Com a temática ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) em voga no mercado, a Ambipar tem estado na mira dos gestores, o que se reflete no preço da ação da empresa na B3. Desde a abertura de capital, há 13 meses, a ação dobrou de valor. “O momento da companhia a fez manter a opção (de crescimento) pelo caminho da abertura de capital da Environment, mesmo em meio à condição atual do mercado”, disse o analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman.
Se a oferta for mesmo levada a cabo, a empresa chegará avaliada na B3 com um valor entre R$ 6,3 bilhões e R$ 8,4 bilhões, e a Ambipar seguirá como controladora, com um pouco mais de 50% do capital. Como base de comparação, a Ambipar, que hoje agrega o negócio que vai ganhar vida própria na Bolsa com o IPO, vale R$ 6,4 bilhões.
3 – Lira cria comissão especial da PEC dos precatórios e marca eleição para esta quarta-feira
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), leu, ao abrir a sessão da Casa, a criação da comissão especial para a proposta de emenda à Constituição (PEC) dos precatórios.
Ele agendou para esta quarta-feira (22), às 10h, a instalação do colegiado com a eleição do presidente e do relator. Na véspera, ele afirmou que pretende acelerar a tramitação da proposta na casa, contando os prazos de segunda a sexta, para dar o tempo regimental necessário.
4 – Fed pode abrir temporada de redução de estímulos, mas limitá-la às perspectivas
O Federal Reserve deve abrir caminho nesta quarta-feira para reduções em suas compras mensais de títulos neste ano e mostrar em projeções econômicas atualizadas se a inflação mais alta do que o esperado ou o ressurgimento da pandemia estão pesando nas perspectivas.
O Fed divulga seu comunicado de política monetária ao fim de sua reunião de dois dias, às 15h (horário de Brasília), e o chair Jerome Powell dará entrevista coletiva para comentar a decisão às 15h30.
Desde o final julho as autoridades têm lidado com um conjunto conflitante de desdobramentos – sinais de desaceleração no setor de serviços, surto da pandemia e fraco crescimento do emprego em agosto, tudo somado à inflação ainda forte – e há conflito entre elas sobre como reagir.
Em sua maioria, as autoridades têm dito que a recuperação econômica continuará e permitirá que o banco central prossiga com os planos de reduzir seus US$ 120 bilhões em compras mensais de títulos até o final do ano, encerrando as aquisições totalmente ao longo do primeiro semestre de 2022.
5 – EUA: democratas aprovam suspensão de teto de dívida, que segue para o Senado
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou hoje uma medida que mantém o governo financiado até o início de dezembro e suspende seu limite de endividamento até 2022, mas sem ter resolvido o impasse partidário prestes a inviabilizá-lo no Senado.
Faltando menos de duas semanas para o atual financiamento do governo expirar, no dia 1º de outubro, a Câmara aprovou em uma votação de linha partidária, com 220 votos a favor e 211 contra, um pacote revelado no início do dia que financiaria o governo até 3 de dezembro de 2021 e suspende o teto da dívida até 16 de dezembro de 2022. O Departamento do Tesouro está atualmente usando medidas de emergência para cobrir as contas por vários meses até que o limite do débito seja aumentado ou suspenso novamente.
O Senado deve votar a medida no final desta semana ou no início da próxima, de acordo com assessores. Líderes democratas anunciaram ontem combinariam duas medidas, apesar da ampla resistência do Partido Republicano em aumentar o limite da dívida, garantindo que a ameaça de uma paralisação parcial do governo no mês que vem estaria ligada à possibilidade de o governo federal não ser capaz de pagar suas contas a tempo.
Na véspera, líderes da Câmara disseram que estavam agindo rapidamente para dar ao Senado tempo para descobrir como quebrar o impasse partidário que se desenvolveu sobre o aumento do limite da dívida. Os republicanos disseram que se opõem à votação para aumentar o teto da dívida em protesto contra os trilhões em gastos que os democratas estão tentando aprovar no Congresso sem o apoio republicano.
(*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo)
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