1 – Indústria sente falta de insumos e pode até parar
Para 75% das empresas, a desvalorização cambial é o principal fator que gerou aumento de custos de componentes e matérias-primas, segundo sondagem de agosto da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que reúne os fabricantes de equipamentos e componentes elétricos, para diversos setores industriais.
“Ninguém esperava a volta tão rápida da atividade, e os fornecedores estrangeiros aumentaram os preços“, segundo o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Ele diz que os aumentos para resina plástica e cobre variam entre 30% e 40%.
Na indústria química, a história se repete. Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia da Abiquim, também se surpreendeu com a velocidade da recuperação. A indústria química é base de inúmeras cadeias de produção. “Não é só recomposição de estoques, tem aumento real da demanda, mas não sabemos se é sustentável.”
2 – Demanda da Gol cai 71,5% no 3º trimestre ante 1 ano, mas sobe perante agosto
No terceiro trimestre de 2020, a Gol (GOLL4) viu a demanda por seus voos (RPKs, na sigla em inglês) cair 71,5% na comparação com o mesmo período de 2019. A oferta de assentos (ASKs), por sua vez, teve recuo de 70,2% na mesma comparação. O número de passageiros transportados pela empresa no período foi 73,1% menor, chegando a 2,604 milhões, e a taxa de ocupação caiu 3,6 pontos porcentuais, para 79,3%. As informações estão na prévia operacional de setembro, divulgada nesta segunda-feira pela aérea.
No mês passado, a demanda pelos voos da companhia cresceu 36% na comparação com agosto, e a oferta se expandiu em 35%. No entanto, com o impacto da pandemia da covid-19, os números ainda apresentam forte queda na comparação anual.
A demanda em setembro foi 60,6% menor do que no mesmo mês do ano passado, e a oferta de assentos caiu 60%. Os números foram impactados pelas operações internacionais – a Gol não tem realizado voos para fora do Brasil. No mercado doméstico, demanda e oferta apresentaram baixas de 54,4% e 53,3%, respectivamente. A taxa de ocupação, de 80%, foi 2,1 ponto porcentual menor do que um ano antes no mercado interno, e 1,3 p.p. menor considerando-se toda a malha.
3 – Apple reabre lojas, mas só atende com hora marcada
A Apple vai reabrir suas lojas no Brasil. As unidades estavam fechados desde março, quando as medidas de distanciamento social começaram a ser adotadas no País. O retorno começou ontem, nas duas lojas que a empresa tem por aqui – em São Paulo (Shopping Morumbi) e no Rio de Janeiro (Village Mall).
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“Estamos ansiosos para começar a receber visitantes de volta às nossas lojas no Brasil esta semana. Sentimos falta de nossos clientes brasileiros e estamos ansiosos para oferecer nosso suporte”, declarou a empresa, em comunicado enviado ao “Estadão”.
O retorno, porém, terá diversas regras: segundo a empresa, os visitantes só poderão ir às lojas com hora marcada, seja para fazer compras, consultar a assistência técnica ou retirar itens em conserto. Quem for à loja sem marcar hora pelo site da empresa não poderá entrar.
4 – Instituições aptas para o Pix saltam de 11 a quase 700
O Banco Central habilitou 677 bancos, fintechs e cooperativas para o lançamento do Pix, nova ferramenta de pagamentos instantâneos criada pela instituição. Até o início da noite da última quinta-feira, o BC havia publicado o aval para apenas 11 instituições começarem a operar o novo sistema de pagamentos.
O prazo para a instituição conseguir permissão para participar da primeira fase de cadastramento das chaves dos usuários do Pix acabou na última sexta-feira. Já o processo de cadastramento das chaves dos clientes interessados em utilizar o sistema começa hoje.
Nos últimos dias, várias instituições abriram cadastros prévios, mas a efetivação tem início a partir desta segunda-feira. Para isso, porém, as instituições precisam de aprovação. Em 16 de novembro, o Pix começa efetivamente a operar.
5 – Jovens são os mais afetados na segunda recessão em 5 anos
Os brasileiros de 15 a 19 anos são os que tiveram o maior recuo na renda entre 2015 e 2019, com queda de 24%. Entre os de 20 a 24 anos, a perda foi de 11%.
Agora, os jovens estão novamente entre os mais atingidos pela recessão e o desemprego provocados pela covid-19. Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020, esses grupos perderam 34,2% e 26% da renda, respectivamente, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social). No segundo trimestre deste ano, enquanto a taxa geral de desemprego no País era de 13,3%, entre a população de 18 a 24 anos ela alcançou 29,7%.
O desemprego é historicamente mais alto entre os jovens, mas a distância entre a média do País e a registrada entre eles aumentou na crise de 2015/2016 e nunca mais voltou ao nível anterior. Estudos mostram que o mercado de trabalho precário no início de carreira pode comprometer salário desses profissionais por toda sua trajetória, fenômeno chamado de “efeito cicatriz”.
*Com Estadão Contéudo