1 – Pelo menos 6 estados anunciam redução do ICMS sobre etanol hidratado
Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina anunciaram nesta segunda-feira (18) a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do etanol hidratado. Em São Paulo, a alíquota passou de 13,3% para 9,57%, o que resultará em um impacto de R$ 563 milhões na arrecadação até o final do ano. A renúncia de receita para o estado está estimada em R$ 125,1 milhões ao mês. A estimativa do governo é que ação reduza o valor na bomba em R$ 0,17.
Em Minas Gerais, a alíquota passou de 16% para 9%. “Além de seguir aliviando o bolso dos mineiros, a redução do imposto manterá a competitividade do biocombustível, importante gerador de empregos em nosso Estado”, disse o governador Romeu Zema, nas redes sociais. Já no Paraná, o ICMS do etanol passou de 18% para 12%.
Em Goiás, o imposto passou de 30% para 17%, o que deve gerar uma diminuição de cerca de 85 centavos no litro do combustível nas bombas. Para o etanol, a alíquota caiu de 25% para 17%, com uma redução estimada de R$ 0,38 por litro nos postos.
Outros serviços também tiveram a cobrança de ICMS reduzida em Goiás, como serviços de telecomunicação (de 29% para 17%) e energia elétrica (de 25% para 17% para famílias de baixa renda e de 29% para 17% para os demais consumos).
Essa redução ocorre como consequência da promulgação, na semana passada, de uma emenda constitucional que prevê compensações da União para os estados que reduzirem a carga tributária dos biocombustíveis. Essa emenda faz parte da mesma proposta que prevê o aumento de benefícios sociais, e criação de outros, até dezembro.
Lei Federal para combustíveis
No mês passado, São Paulo já havia anunciado a redução na alíquota da gasolina, de 25% para 18%. Também foram reduzidos de 25% para 18% o ICMS em operações com energia elétrica, em relação à conta residencial que apresente consumo mensal acima de 200 quilowatts-hora (kWh), e de serviços de comunicação.
Na última semana, os governos do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais também anunciaram a redução do ICMS dos combustíveis.
Nesse caso, a medida atende a uma lei aprovada no Congresso que limita a um patamar máximo de 18% a alíquota do ICMS dos combustíveis e outros itens considerados essenciais. A lei afeta a alíquota do ICMS para gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.
Até o momento, 11 Estados e o Distrito Federal entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei que reduz o ICMS. Eles alegam que terão perdas bilionárias de receita que podem comprometer investimentos obrigatórios em saúde e educação.
2 – Simpar prepara internacionalização, mira EUA e Europa
A Simpar (SIMH3), holding dos grupos de logística Movida (MOVI3), JSL (JSLG3) e Vamos (VAMO3), está preparando sua entrada em mercados dos Estados Unidos e Europa, como parte de um processo de diversificação geográfica e de receitas.
“Nos próximos quatro a cinco anos, pretendemos ter cerca de 35% das nossas receitas com outras moedas”, disse à Reuters o presidente-executivo da Simpar, Fernando Simões, em entrevista na sede da companhia, em São Paulo. “A diversificação de moedas faz parte da nossa governança.”
Os comentários indicam o novo foco do grupo criado em 1956 como empresa de transportes rodoviários e que na última década se expandiu via aquisições para setores tão diversos quanto locação e revenda de veículos leves e pesados, concessões de infraestrutura, reciclagem de resíduos e serviços financeiros.
Só no último ano e meio a Simpar comprou 18 empresas, o que espera ajudar na sua meta de expandir receita bruta em 135% do ano passado até 2024, a R$ 35,5 bilhões.
Simões, filho do fundador do grupo, afirmou ver grandes oportunidades para a companhia seguir crescendo no Brasil via aquisições especialmente pelas divisões de transportes pesados – concentrados na JSL – e a de concessionárias de veículos – sob guarda-chuva da Automob.
Para o executivo, o cenário adverso do mercado de transporte de cargas no país, agravado com os altos custos dos combustíveis e baixa atividade econômica, tem aproximado empresas médias e pequenas de grupos com maior musculatura financeira. Com isso, a JSL comprou seis rivais menores nos últimos dois anos.
Um processo similar deve acontecer nos próximos anos no setor de concessionárias de veículos leves, disse Simões, segmento no qual a Automob detém somente 0,2% do mercado, mesmo sendo uma das maiores do país. Em mercados mais maduros, a fatia de mercado do líder oscila entre 7% e 9%. “Ninguém fez consolidação nesse segmento ainda no Brasil e nós temos estrutura para isso”, disse ele.
A Automob, inclusive, é a que o executivo enxerga com maiores chances de ser a quarta das sete unidades de negócios do grupo a ser listada em bolsa. “É a que tem hoje mais tamanho para uma operação dessas”, disse Simões, referindo-se a uma potencial oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), mas sem revelar quando isso poderia acontecer.
A última do grupo a estrear na B3 foi a locadora de caminhões e máquinas pesadas Vamos, em janeiro do ano passado, com uma operação de R$ 1,2 bilhão.
Perenidade do negócio
Tendo reduzido o nível de alavancagem financeira mesmo com um processo acelerado de aquisições – a dívida líquida em relação ao Ebitda caiu de 5 para cerca de 3 vezes no fim de março passado – e mantido um caixa de R$ 11,6 bilhões, Simões avalia que a Simpar está pronta para fazer suas primeiras incursões em mercados de moeda forte, como dólar e euro. Ele, porém, declinou de dar detalhes sobre prazos. “Estamos tendo alguns namoros”, afirmou o executivo.
Para profissionais do mercado, considerando que os resultados operacionais do conglomerado devem seguir robustos nos próximos trimestres, as atenções dos investidores devem se concentrar nas sinalizações da companhia em relação à alocação de capital e alavancagem financeira, escreveu o BTG Pactual em relatório na semana passada.
Na sexta-feira, a agência de classificação de risco Fitch elevou o rating de crédito em moeda estrangeira da Simpar, de BB- para BB, citando a estrutura de custos e a receita baseada em contratos de longo prazo para a maioria dos negócios, o que reduz a sensibilidade aos ciclos econômicos no Brasil.
Esse conjunto, no entanto, não protegeu a ação da Simpar do pessimismo do mercado em relação às ações brasileiras. Mesmo com todos os 14 analistas que cobrem o papel da companhia atribuindo recomendação de compra ou “outperform”, o ativo acumula queda de 21% em 2022 até sexta-feira passada, ante recuo de 8% do Ibovespa no período.
3 – IBM tem receita acima do esperado no trimestre, mas faz alerta sobre câmbio
A IBM (IBMB34) divulgou nesta segunda-feira (18) receita trimestral acima da esperada pelo mercado, mas alertou que o impacto do câmbio no ano pode ser de cerca de US$ 3,5 bilhões.
A alta de juros nos EUA e tensões geopolíticas têm impulsionado o dólar contra uma cesta de moedas, fazendo empresas internacionais como Microsoft e Salesforce moderarem as expectativas do mercado.
As ações da IBM caiam 4,4% no pregão estendido. “Eu acho que o mercado está extremamente pessimista sobre os fatores macroeconômicos”, disse Daniel Newman, da Futurum Research.
A IBM espera que o impacto do câmbio na receita seja de cerca de 6% este ano, disse o vice-presidente financeiro, James Kavanaugh. O impacto previsto anteriormente era de 3% a 4%.
A receita do segundo trimestre foi atingida por conta de US$ 900 milhões ligados à alta do dólar, disse Kavanaugh.
Normalmente, um dólar mais forte acaba pesando sobre os lucros de companhias norte-americanas que têm operações internacionais significativas.
No trimestre encerrado em 30 de junho, a IBM teve margem bruta ajustada de 54,5% enquanto analistas esperavam 56,6%.
Forte demanda por negócios de consultoria e infraestrutura fizeram a receita da IBM somar US$ 15,54 bilhões no trimestre, ante expectativa de analistas de US$ 15,18 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
Também em termos ajustados, a IBM teve lucro de US$ 2,31 por ação no trimestre, ante expectativa média do mercado de US$ 2,27.
4 – Casa Branca espera aumento da produção de petróleo da Opep+ após viagem ao Oriente Médio
A Casa Branca disse nesta segunda-feira que prevê que os principais produtores de petróleo da aliança Opep+ aumentem a produção, após a viagem do presidente norte-americano, Joe Biden, ao Oriente Médio.
“Vamos medir o sucesso nas próximas semanas”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em uma coletiva de imprensa. “Prevemos que seja um aumento na produção, mas isso levará as próximas duas semanas, e isso dependerá da Opep+”.
Biden viajou para a Arábia Saudita na semana passada, onde se encontrou com a liderança daquele país e outros membros do Conselho de Cooperação do Golfo no Oriente Médio, rico em petróleo.
O governo Biden está sob pressão para cortar os preços da gasolina e outros custos ao consumidor antes das eleições de meio de mandato, de 8 de novembro, nas quais seu Partido Democrata busca manter o controle do Congresso.
Os preços do petróleo dispararam para seus níveis mais altos desde 2008, subindo acima de 139 dólares o barril em março, depois que os Estados Unidos e a Europa impuseram sanções à Rússia por sua invasão da Ucrânia, que Moscou chama de “operação militar especial”. Os preços caíram desde então.
A Opep+, que inclui Arábia Saudita e Rússia, se reunirá no dia 3 de agosto.
5 – IPC-Fipe avança 0,46% na 2ª quadrissemana de julho (+0,43% na prévia anterior)
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,46% na segunda quadrissemana de julho, ganhando leve força em relação à alta de 0,43% verificada na primeira quadrissemana deste mês, de acordo com dados publicados nesta terça-feira (19) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na segunda leitura de julho, quatro dos sete componentes do IPC-Fipe avançaram com maior vigor: Habitação (de 0,06% na primeira quadrissemana para 0,49% na segunda quadrissemana), Alimentação (de 1,04% para 1,11%), Saúde (de 0,61% para 0,88%) e Educação (de 0,30% para 0,37%).
Por outro lado, houve desaceleração em Despesas Pessoais (de 0,80% para 0,58%) e Vestuário (de 1,23% para 1,13%). Além disso, o item Transportes (de -0,57% para -1,21%) recuou de forma mais acentuada.
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na segunda quadrissemana de julho:
– Habitação: 0,49%
– Alimentação: 1,11%
– Transportes: -1,21%
– Despesas Pessoais: 0,58%
– Saúde: 0,88%
– Vestuário: 1,13%
– Educação: 0,37%
– Índice Geral: 0,46%
*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo.
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