Assim como Ana Sorokin, falsa herdeira e golpista russa que ficou conhecida mundialmente após a série da Netflix “Inventando Ana”, o falso bilionário não era quem dizia ser.
Calvin Lo “se vendeu” como CEO e proprietário da “maior corretora de seguros de vida do mundo”: a R.E. Lee International, que teria, segundo ele, cerca de US$ 1 bilhão em prêmios. Ele também seria fundador da R.E. Lee Capital, uma gestora de ativos com US$ 10 bilhões sob gestão.
Lo também dizia ser formado em Harvard e ter pago US$ 1,2 bilhão por um hotel de luxo em Taiwan. Somado a isso, ele dizia manter participações na escuderia de Fórmula 1.
Farsa descoberta pela Forbes
No entanto, depois de a Forbes ouvir cerca de 40 pessoas e investigar o patrimônio de Lo durante um ano, constatou que nem as mansões em várias partes do mundo, a fundação de caridade, o jato Gulfstream G650, o hotel e até mesmo a formação na universidade mais prestigiada do mundo não passavam de farsa.
A questão é que os pais de Calvin Lo é que são donos de alguns poucos imóveis, assim como sua mãe é presidente do conselho da R.E. Lee Capital. Mas a gestora afirmou à Forbes que não está associada a Lo e que está muito longe gerir os bilhões em ativos citados por ele. Já a corretora de seguros, da qual ele é de fato CEO, é estimada em US$ 60 milhões (e não US$ 1 bilhão). Logo, a família do falso magnata é rica, mas não na proporção que ele vendeu.
A Forbes estima que a fortuna familiar seja de US$ 200 milhões. Logo, embora sua família possua patrimônio milionário, ele está longe de entrar para o clube dos bilhões e não seria a fortuna individual de Calvin Lo.
Lo é filho único de Regina Lee e Francis Loo, nasceu em Vancouver, mas passou seus primeiros nove anos em Hong Kong antes de retornar ao Canadá, onde mais tarde frequentou a Queen’s University em Kingston, Ontário. Ele voltou para Hong Kong em 1999 e começou a trabalhar com sua mãe na RE Lee International, chegando a diretor administrativo em 2003 e eventualmente se tornando CEO.
2 anos tentando entrar para lista da Forbes
A publicação conta que foram dois anos de tentativas que o falso bilionário tentou engatar seu nome na lista da magnatas e que a decisão de investigar e expor a história foi devido a persistência de Lo.
Como veículos renomados de imprensa, como BBC, CNBC, Financial Times, Independent, Reuters, entre outros, o entrevistavam para temas de criptomoedas a champagne usando o adjetivo de “bilionário”, a história passou a chamar atenção.
Porém, ao que tudo indica foram contratadas de firmas de relações públicas além de advogados para falsificar documentos financeiros e tentar deixar a história verídica.
Após a revista compartilhar com os advogados de Lo as descobertas sobre ele, o falso magnata disse ter perdido o interesse de entrar na lista de bilionários.
Segundo a Forbes, está não é a primeira vez que uma pessoa tenta enganar a revista para entrar na famosa lista, hoje liderada por Bernard Arnault, presidente e diretor do maior conglomerado de luxo do mundo, o LVMH. Elon Musk, fundador da Tesla (TSLA34), e Jeff Bezos, criador da Amazon (AMZO34), aparecem em segunda e terceira colocação.