As apostas de que o dólar continuará a se fortalecer frente às principais moedas recuam rapidamente, em meio a sinais de que a economia dos EUA começou a esfriar.
Embora os fundos alavancados de Wall Street ainda mantenham apostas de alta da divisa americana, elas foram ofuscadas pelo pessimismo dos gestores de recursos, segundo dados da CFTC, a comissão reguladora dos derivativos nos EUA. O total de futuros e opções das duas categorias de investidores resultou em uma posição vendida líquida no valor de US$ 5,36 bilhões em 21 de maio, comparado a uma posição comprada líquida de US$ 2,02 bilhões uma semana antes.
Durante o período, os dados mensais de inflação dos EUA desaceleraram pela primeira vez em seis meses, enquanto as vendas no varejo estagnaram em abril, aumentando as probabilidades de cortes de juros do Federal Reserve. Os investidores agora ficarão de olho no indicador de preços preferido do Fed, que sai na sexta-feira.
“O posicionamento será volátil no curto prazo, dependendo dos dados econômicos dos EUA”, disse Carol Kong, estrategista de câmbio do Commonwealth Bank of Australia. “Mas acho que, em última análise, os mercados ficarão mais pessimistas em relação ao dólar americano, à medida que ficar claro que o FOMC começará a cortar juros,” disse, em referência ao comitê de política monetária do Fed.
Durante o período coberto pelos dados da CFTC, entre 14 e 21 de maio, o dólar se enfraqueceu face a quase todos os pares do grupo de moedas mais negociadas dos países desenvolvidos, conhecido como G10, e o Bloomberg Dollar Spot Index caiu 0,4%.
Os investidores aumentaram as posições vendidas líquidas em dólar face ao euro, ao mesmo tempo que reduziram as posições compradas em dólar contra a libra. As posições compradas líquidas em dólar contra o iene ainda aumentaram.
Segundo Rodrigo Catril, estrategista sênior de câmbio do National Australia Bank, se o deflator dos gastos do consumidor, conhecido como PCE, vier “suave ou em linha” com as expectativas, isso “manterá vivas as expectativas de cortes de juros do Fed este ano.”
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