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Derivativos: o que são e como investir com segurança

Investimentos de renda variável, os derivativos têm valor atrelado a outros tipos de aplicação.

Ilustração de gráficos mostrando a operação oscilação do ibovespa

Para quem pensa em investir em renda variável para obter mais rentabilidade e diversificar a carteira, é importante conhecer bem as diferentes opções de ativos disponíveis no mercado brasileiro. Os derivativos, por exemplo, são um investimento negociado na bolsa de valores e que movimentam um alto volume financeiro em negociações diárias. Se você gostaria de entender melhor o que são os derivativos, como eles funcionam e como investir com segurança nesse tipo de aplicação, confira os próximos tópicos deste artigo.

O que são derivativos?

Os derivativos são um tipo de aplicação financeira cujo preço está atrelado (ou seja, que deriva) do valor de um outro ativo, de um índice de mercado ou de uma taxa de referência. 

Na prática, isso acontece porque os derivativos funcionam como uma espécie de contrato padronizado firmado entre investidores e instituições. Nessas contratos, o valor final das negociações é estabelecido de forma dependente à cotação de outros ativos em uma data futura. 

Os ativos atrelados aos derivativos podem ser ações da bolsa de valores, taxas de juros, moedas estrangeiras (como dólar ou euro, por exemplo), indicadores financeiros, etc. Além disso, também é possível encontrar derivativos cujos ativos subjacentes são físicos, a exemplo de commodities como soja, milho, café e até mesmo ouro. 

Como funcionam os derivativos?

Em geral, os derivativos são negociados na bolsa de valores brasileira, a B3, e funcionam por meio de contratos padronizados, nos quais as duas partes envolvidas se comprometem à compra ou venda de um determinado ativo em prazo determinado e por um valor pré-definido, a partir das condições do ativo subjacente.

Nos contratos de derivativos, já são previamente especificados todos os elementos da negociação, como quantidade e qualidade dos ativos, prazo da liquidação e forma de cotação do ativo-objeto a partir do qual são feitas as operações. Com isso, ambas as partes têm mais segurança na transação.

Esse tipo de aplicação financeira é procurada pelos investidores para três finalidades principais: especulação, proteção financeira e proteção contra riscos. Isso porque os derivativos proporcionam oportunidades para a realização de operações que permitem a transferência de risco das flutuações dos valores de determinados ativos e de variáveis macroeconômicas.

Quais são os tipos de derivativos?

Os quatro tipos mais comuns de derivativos são Mercado a termo, Mercado futuro, Opções e Swaps. Entenda melhor como cada uma dessas modalidades funciona:

Mercado a termo

Neste caso, ambas as partes envolvidas na negociação firmam um compromisso de compra e venda de um determinado ativo real (mercadoria) em quantidade e qualidade pré-estabelecidas.

Com isso, o investidor e o vendedor ficam vinculados até a data de liquidação do contrato, quando então o comprador paga pelo ativo e o vendedor o entrega, sendo concluída a negociação.

Por exemplo: uma negociação de um contrato de compra/venda de um lote padronizado de café para entrega em 60 dias. Nesse cenário, o investidor assume a responsabilidade de comprar o lote após a conclusão desses 60 dias.

Como o valor a ser pago pelo ativo foi estabelecido quando firmado o contrato, mesmo que o preço do café sofra variações, o investidor paga o valor acordado anteriormente, e a outra parte faz valer o seu compromisso de venda.

Esse tipo de negociação também pode ser feita com ações, moedas, entre outras mercadorias

Mercado futuro

O Mercado futuro funciona de forma semelhante ao Mercado a termo, com a diferença de que a liquidação acontece em data futura e os preços são ajustados diariamente. Assim, todos os dias são apuradas as alterações de preços dos ativos para contabilizar as perdas e ganhos dos envolvidos, fazendo-se a liquidação das diferenças do período.

Vale observar que o investidor que aplica em derivativos no Mercado futuro não está comprando o ativo em si, mas o direito sobre as oscilações do valor daquele produto. 

Os derivativos do mercado futuro se caracterizam pela elevada liquidez, negociação transparente no pregão da bolsa de valores e possibilidade de encerramento da aplicação a qualquer momento, dado o ajuste diário do valor dos contratos. 

Porém, esse tipo de derivativo necessita de depósito de garantias, tem custo mais elevado do que os contratos do Mercado a termo e pode trazer mais instabilidade ao fluxo de caixa do investidor.

Mercado de opções

Nesta modalidade dos derivativos, é negociado o direito de compra ou venda um bem por um preço fixo em uma data futura. Nesse tipo de contrato, o investidor se compromete a pagar um “prêmio” ao vendedor, ou seja, um valor para ter a possibilidade de adquirir esse bem em data futura por um valor pré-estabelecido entre as partes .

O bem negociado pode ser uma aplicação financeira ou uma mercadoria, e o investidor (comprador do contrato no Mercado de opções, também chamado titular) terá o direito de compra, mas não será obrigado a exercê-lo. Porém, o vendedor (ou lançador) terá a obrigação de concluir a negociação caso o titular opte por fazer a compra ao final do prazo.

Swaps

Os swaps são a modalidade menos comum de derivativos. Basicamente, eles fazem com que ambas as partes envolvidas em um contrato assumam as posições de credor e devedor, e negociem a troca da rentabilidade entre dois ativos.

No swap, a liquidação acontece apenas no vencimento. Essa modalidade ajuda os investidores a reduzir os riscos e aumentar a previsibilidade de rendimentos para ambos os envolvidos. 

Um exemplo para entender melhor: um contrato de swap de uma determinada ação contra o dólar. Se, na data de vencimento do contrato, a ação tiver uma valorização menor que a do dólar, o comprador da ação (que vendeu o dólar) receberá a diferença de rentabilidade. Porém, se o retorno do dólar for maior que a variação da ação, quem ganha a diferença é quem comprou dólares e vendeu as ações.

Como aplicar em derivativos?

Investir em derivativos é relativamente simples: o processo é realizado por meio de uma corretora de investimentos. Porém, é recomendado que, antes de começar a aplicar nesse ativo, você se informe mais a fundo sobre o tipo de contrato que deseja comprar, para entender as perspectivas de rentabilidade e ter certeza de que está alinhado com os seus objetivos e com o seu perfil de investidor.

Quando estiver seguro da sua escolha, você precisará abrir uma conta de investimentos em uma corretora regulamentada e transferir para ela a quantia desejada de dinheiro de sua conta corrente.

Em seguida, basta acessar o home broker (a plataforma de investimentos da sua corretora) e analisar as opções de derivativos disponíveis para aplicação. Depois de escolher o contrato da sua preferência, envie a ordem de compra e siga as instruções da corretora para concluir o investimento.

Não se esqueça de ler com atenção todos os detalhes do contrato e de guardar os recibos das operações. 

Quem fiscaliza os derivativos?

Os contratos derivativos são regulados e fiscalizados pela Comissão de Valores Mobiliários, mais conhecida pela sigla CVM. Essa é uma entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda do Governo Federal. Criada em 1976, a CVM tem como função a disciplina, fiscalização e desenvolvimento do mercado de valores mobiliários brasileiro.

Segundo a regulação, a negociação dos derivativos pode ser feita em mercados organizados (bolsa de valores ou mercado de balcão), ou de forma bilateral entre as partes envolvidas. 

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