Diante do consenso de que o Copom elevará a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% nesta quarta-feira (15), as dúvidas estão centradas na sinalização de continuidade ou fim do ciclo de aperto monetário. Com as incertezas elevadas, o BC poderia inclusive deixar a porta aberta para qualquer uma das possibilidades.
A deterioração das expectativas de inflação e dos riscos fiscais embutidos nas medidas do governo para desonerar os combustíveis jogam a favor de uma alta adicional em agosto – esse passou a ser o cenário do JPMorgan. A disparada do dólar diante das apostas em um Fed mais agressivo também pesa às vésperas do Copom.
Por outro lado, uma parada na alta de juros poderia ser necessária em razão dos efeitos defasados do aperto já promovido e da proximidade da entrada em cena do horizonte para 2024, na reunião de agosto.
Eventuais comentários do BC sobre os impactos dos projetos do governo sobre os combutíveis serão foco de observação, já que os economistas veem o forte alívio na inflação restrito a este ano, que não é mais o foco da política monetária. Bancos estimam alívio de até 3pp no IPCA 2022, com risco fiscal
Entre 35 economistas pesquisados pela Bloomberg, 33 esperam que a Selic suba 0,50 pp nesta semana e apenas dois projetam aumento de 0,75 pp. A curva de juros ampliou a aposta de alta em agosto com a aversão ao risco disparada pela inflação acima do previsto nos EUA.
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