1 – Guedes diz que Brasil é contra sanções econômicas e se opõe a expulsão da Rússia do FMI
O Brasil é contra a guerra entre Rússia e Ucrânia e é contrário às sanções econômicas geradas pelo conflito, disse nesta terça-feira (19) o ministro da Economia, Paulo Guedes, ressaltando que o país também se opõe a uma expulsão dos russos do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em evento do Center for Strategic and International Studies (CSIS) durante viagem aos Estados Unidos, Guedes afirmou que o Brasil é a favor da construção de pontes de diálogo para convencer a Rússia a encerrar o conflito, acabando também com as sanções econômicas.
O ministro justificou que a Constituição brasileira não permite que o país apoie sanções que não tenham sido decididas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Perguntado sobre se o Brasil eventualmente seria um caminho para a Rússia driblar as sanções, Guedes respondeu que “não colocaria dessa forma”, antes de ponderar que o Brasil faz parte do Brics (grupo com Rússia, Índia, China e África do Sul), mas não é membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“Nós somos contra a guerra e contra as consequências econômicas da guerra, que são as sanções”, disse.
No evento, Guedes afirmou que a visita do presidente Jair Bolsonaro ao presidente russo Vladimir Putin, dias antes do início da guerra, foi feita “em timing não apropriado”, mas ponderou que o Brasil votou em reuniões da ONU para condenar a Rússia.
“O Brasíl disse claramente não à guerra”, afirmou.
De acordo com Guedes, as regras do FMI não permitem a expulsão da Rússia. Para ele, uma iniciativa desse tipo estimularia uma embate econômico ainda maior.
“A única razão pela qual devo preservar a ponte (com a Rússia) é para convencê-los a cessar fogo. Se você os expulsa, você está estimulando a guerra econômica”, disse.
Na última semana, Guedes recebeu uma carta do ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, com pedido de apoio do governo brasileiro no FMI, no Banco Mundial e no G20 após o país europeu sofrer sanções por nações ocidentais diante do conflito com a Ucrânia.
No seminário, o ministro disse que chegou o momento de o Brasil ser aceito como membro da OCDE, além de defender a formalização do acordo entre União Europeia e Mercosul. Para ele, o Brasil é parte da solução para demandas energéticas e alimentares do mundo.
“Se não fizermos algo agora, o acordo com União Europeia e a entrada na OCDE, estamos sendo empurrados em outra direção, temos outras opções, estamos vendendo mais para o Oriente Médio, Sudeste Asiático, China”, afirmou.
Guedes ainda voltou a dizer que bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa estão atrás da curva de juros e que o Brasil já se movimentou para enfrentar a alta de preços. Para ele, a inflação brasileira cairá mais rápido do que em economias avançadas.
2 – Prisma Capital e DXT International anunciam fusão em negócios de energia no Brasil
A gestora brasileira Prisma Capital e a DXT International, subsidiária do Grupo Duferco, anunciaram nesta terça-feira (19) que chegaram a um acordo para fundir seus ativos relacionados à energia elétrica no Brasil, com a criação de uma joint venture por meio da holding Matrix Energia.
O negócio resultante será uma plataforma integrada para geração renovável e distribuição digital de energia, disseram as empresas em comunicado. A capitalização inicial é de 1 bilhão de reais.
A fusão, que está pendente de aprovações regulatórias, inclui empresas como a Matrix Comercializadora de Energia Elétrica, a maior comercializadora independente de energia do Brasil, e a Proton Energia.
“A plataforma da Matrix Energia nasce com um pipeline de 1,5 GW de capacidade instalada em projetos prontos para construir, altamente competitivos e eficientes, estrategicamente localizados, que nos darão posição de destaque no universo da geração renovável”, disse em nota o executivo da Matrix para energias renováveis, Rodrigo Alves de Lima.
3 – Petro Rio desiste de vender fatia de 10% do Campo de Manati para Gas Bridge
A Petro Rio (PRIO3) comunicou formalmente a Gas Bridge que desistiu do acordo para venda de fatia de 10% do Campo de Manati, segundo comunicado desta terça-feira (19).
A empresa afirmou que as condições precedentes não foram cumpridas dentro do prazo previsto no contrato.
“A PetroRio vê um futuro promissor para o campo, particularmente frente ao recente cenário do mercado de gás. Entretanto, não descarta futuras transações envolvendo Manati”, disse a Petro Rio.
4 – BC: Relatórios, notas, e dados pendentes serão divulgados o mais cedo possível
Com a suspensão até o dia 2 de maio da greve dos servidores, o Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (19) que os relatórios, notas e indicadores pendentes de divulgação ou programados serão divulgados “o mais cedo possível”.
Entre esse conjunto de informações está o Relatório Focus, o Indeco, o Relatório de Poupança e o IBC-Br. “Informaremos com pelo menos 24 horas de antecedência as datas em que serão divulgados”, disse o BC.
Os servidores do Banco Central resolveram dar um “voto de confiança” ao presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e suspender a greve por duas semanas na tentativa de avançar nas negociações por recomposição salarial e reestruturação de carreiras, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad.
Até dia 2 de maio, a categoria adotará operação-padrão, em que as atividades funcionam em ritmo mais lento, e retomará as paralisações diárias de 4h, de 14h às 18h, estratégia já adotada de 17 a 31 de março.
A autarquia disse que não comentará a decisão de hoje dos sindicalistas.
5 – Lira admite risco de aumento no valor do Auxilio Brasil em votação de MP na câmara
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), admitiu nesta terça-feira (19) o risco de aumento no valor do Auxílio Brasil durante a tramitação da Medida Provisória (MP) que elevou o pagamento do benefício para R$ 400. Lira disse que a votação deve ocorrer na semana que vem. Nos bastidores, contudo, o governo atua para travar a análise da matéria e impedir que a oposição eleve o valor para R$ 600.
“Acima de tudo, temos que ter responsabilidade”, afirmou Lira, sobre a votação da MP. “De vez em quando, quando o Congresso não pesa a mão direito sobre as contas públicas, ele desequilibra”, emendou. O presidente da Câmara disse que a população tem sofrido com o aumento no preço dos combustíveis e a inflação, mas enfatizou que esses fenômenos são mundiais.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de aumento do valor do benefício, Lira respondeu que “risco sempre tem”. “Vai ser tratada com toda a responsabilidade, um debate claro no plenário, das possibilidades de se manter o texto ou se alterar o que o plenário, a maioria dos deputados, achar que é conveniente”, afirmou.
O Auxílio Brasil é um dos trunfos do presidente Jair Bolsonaro (PL) para disputar a reeleição em outubro. O recente ganho de fôlego político do chefe do Executivo, com aumento das intenções de voto nas pesquisas eleitorais, é atribuído, em parte, ao pagamento do benefício, que substituiu o Bolsa Família criado nos governos do PT. No primeiro mês da mudança no programa social, os beneficiários receberam, em média, R$ 224. Com a edição de uma MP em dezembro, o valor foi elevado para R$ 400.
Como o prazo para o Congresso aprovar ou rejeitar a MP do Auxílio Brasil sem que a medida perca validade termina em 16 de maio, o governo avalia que ainda tem tempo para articular com os deputados a manutenção do texto. A oposição, mesmo correndo o risco de dar a Bolsonaro um ganho eleitoral, está disposta a defender o benefício de R$ 600, por meio da aprovação de uma emenda à MP. Na visão de parlamentares de esquerda, a “paternidade” da benesse depende da narrativa que se mostrar mais eficaz.
* Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo
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