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Economia

Preço do cacau atinge novo recorde e prejudica fabricantes de chocolate e consumidores

Embora a safra principal desta temporada tenha se saído relativamente bem, a perspectiva para a ‘safrinha’ do cacau se deteriorou

Um agricultor assiste à secagem de grãos de cacau. Foto: Paul Ninson/Bloomberg

Os contratos futuros do cacau atingiram um novo recorde em Nova York, à medida que o mercado enfrenta novas preocupações com o fornecimento, aumentando as chances de que os altos custos que já atormentam os fabricantes de chocolates e os consumidores piorem.

Os futuros subiram até 4,8%, para US$ 11,84 mil (R$ 71,83 mil) a tonelada na segunda-feira (16). Eles quase triplicaram este ano, forçando fabricantes de doces — como a Hershey — a aumentarem os preços.

Os preços dispararam no início deste ano, uma vez que as fracas colheitas na África Ocidental – a principal região produtora – mergulharam o mundo em um terceiro déficit de fornecimento consecutivo. Depois de esfriar, a alta recentemente recuperou o ímpeto, já que o clima adverso ameaça ainda mais as fazendas da região, limitando a chance de reconstruir os já baixos estoques globais.

Embora a safra principal desta temporada tenha se saído relativamente bem, a perspectiva para a ‘safrinha’ do cacau se deteriorou após as fortes chuvas que inundaram as fazendas, e agora os ventos Harmattão, que são sazonalmente secos e podem desumidificar o solo e estressar as plantações, estão se intensificando.

Os estoques reguladores de cacau dos EUA continuaram a cair, refletindo a continuidade da escassez de oferta depois que um déficit maciço na temporada anterior fez com que as empresas de chocolate diminuissem os seus inventários. Isso ajudou a tornar os fundos de hedge mais otimistas em relação aos preços tanto em Nova York quanto em Londres recentemente.

Os traders também enfrentaram custos crescentes para manter suas posições, o que forçou o fechamento de uma onda de apostas. O agregado dos contratos em aberto caiu para o nível mais baixo da década em novembro, e a liquidez reduzida pode continuar a exacerbar a volatilidade do mercado no futuro.

Os desafios de fornecimento do cacau foram agravados por problemas de longa data do setor, incluindo doenças nas plantações e um legado de baixa remuneração dos agricultores. As árvores recém-plantadas também levam alguns anos para produzir vagens, atrasando uma recuperação significativa da produção.

Os contratos futuros subiram 3,7%, a US$ 11.712 a tonelada em Nova York, aproveitando o salto de 15% da semana passada. O avanço empurrou o índice de força relativa de 14 dias do cacau bem acima de 70, um sinal de que o mercado pode ter se tornado sobrecomprado.

É provável que os preços diminuam no próximo ano, já que a alta incentiva mais produção e reduz o consumo, disse recentemente o Rabobank.

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