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Economia

CEO do Itaú Unibanco considera possível dividendo extraordinário também para 2024

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) -O presidente-executivo do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, afirmou nesta terça-feira que o banco não tem interesse em reter excesso de capital e que a expectativa é que banco também tenha dividendo extraordinário referente a 2024.

Em coletiva de imprensa sobre o resultado do quarto trimestre de 2023, divulgado na noite da véspera, ele não precisou uma meta de payout para este ano, além do mínimo na faixa de 30%, mas acrescentou que “é bem possível… que tenha de novo um dividendo extraordinário (anunciado) no ano que vem”.

O payout do ano passado ficou em 60,3%, totalizando 21,5 bilhões de reais, com o Itaú anunciando na véspera dividendos de 11 bilhões de reais para 2023, em complemento aos valores de juros sobre capital próprio (JCP) já declarados para o exercício — 6,2 bilhões de reais já pagos e 4,3 bilhões de reais que serão pagos no mesmo dia que os dividendos, em 8 de março.

“Não olhem esse dividendo extraordinário como um evento isolado”, reforçou Maluhy Filho em teleconferência com analistas.

O Itaú reportou na segunda-feira lucro líquido recorrente de 9,4 bilhões de reais no quarto trimestre, alta de 22,6% em relação ao mesmo período do ano passado, em linha com as expectativas de analistas.

Também divulgou projeções para 2024, incluindo previsão de crescimento de 6,5% a 9,5% da carteira de crédito total, que acumulou em 2023 expansão de 3,1%, ante previsão de aumento entre 5,7% e 8,7%.

O CEO do maior banco do país explicou que o crescimento da carteira de crédito total no ano passado abaixo do guidance refletiu efeitos cambiais, chamando a atenção para o desempenho no Brasil, com expansão de 5,7%.

No quarto trimestre, o índice de inadimplência total considerando 90 dias de atraso passou a 2,8% no quarto trimestre, ante 2,9% um ano antes e 3% no terceiro trimestre.

De acordo com Maluhy, a expectativa é de nova redução na inadimplência do banco neste trimestre em pessoa física, uma vez que o Itaú tem produzindo safras de crédito com mais qualidade. “Isso ajuda a trazer o patamar do risco de inadimplencia para outro nivel”, afirmou.

De acordo com o executivo, olhando para frente, a carteira de renegociação vem amortizando e há espaço para crescer a carteira de crédito no varejo e atacado, com uma boa oportunidade em pessoa física.

No atacado, ele afirmou que as provisões estão adequadas para as informações que o banco tem no momento e sem casos que “acendam um alerta” para o banco.

O CEO também disse que o Itaú tem exposição “absolutamente irrelevante” no caso da Gol, que pediu recuperação judicial nos Estados Unidos.

(Reportagem de Paula Arend LaierReportagem adicional de Alberto Alerigi Jr.Edição de Pedro Fonseca)

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