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Economia

Cinco assuntos quentes para o Brasil nesta semana

No Brasil, o IPCA deve mostrar leve aceleração e será fundamental para as expectativas sobre o Copom

A semana que se inicia será especialmente forte em eventos de peso para os juros aqui e no exterior. Nos EUA, o mercado aguarda a decisão do Fed e avalia o nível da inflação depois de ter reduzido as apostas em cortes de taxas diante de dados fortes de emprego. No Brasil, o IPCA deve mostrar leve aceleração e será fundamental para as expectativas sobre o Copom. Veja destaques:

Fomc e CPI dos EUA

Em meio a indicadores fortes do mercado de trabalho, o Federal Reserve deve manter suas taxas inalteradas na próxima quarta-feira (12) e o mercado avaliará o comunicado da decisão e a fala do presidente Jerome Powell em busca de sinalizações para as próximas decisões. Os investidores reduziram as apostas em cortes de juros após os dados de emprego acima do previsto em maio. Antes do Fomc, as expectativas serão influenciadas ainda pelo CPI de maio, cujo núcleo deve ficar em 0,3% na comparação mensal e 3,5% na anual, segundo os economistas. 

IPCA e apostas na Selic

As apostas para o Copom, que anuncia sua decisão em 19 de junho, devem ser influenciadas pelo indicador oficial da inflação, na terça-feira. Os economistas estimam que o IPCA de maio ficará em 0,42% no comparativo mensal e 3,87% no anual, ambos os dados pouco acima do nível de abril. O comportamento dos núcleos e preços de serviços deve ser fundamental para a reação do mercado, que nas últimas semanas passou a precificar o fim do alívio monetário. “Os preços dos alimentos provavelmente aceleraram em relação ao dado do meio do mês”, diz Adriana Dupita, da Bloomberg Economics. Semana ainda terá dados de vendas no varejo e volume de serviços.

LEIA MAIS: Shows, viagens e futebol: por que a inflação de serviços tira o sono dos bancos centrais

Expectativa de inflação e câmbio

A semana começará com a divulgação da pesquisa Focus do Banco Central, que tem mostrado deterioração das expectativas de inflação. A piora das projeções, atribuída no mercado a fatores como os riscos fiscais e a reprecificação dos juros externos, também enfrenta desafio com o aumento da pressão do dólar, que chegou a superar R$ 5,30 nesta semana. Alguns ruídos impactaram as expectativas de inflação, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que citou como exemplo o questionamento sobre consistência do arcabouço fiscal, em evento na sexta-feira (7). “Parte dos ruídos serão dirimidos ao longo do tempo”, afirmou.

CPI da China e BOJ

A segunda maior economia do mundo também divulga dados de inflação na próxima semana, que devem vir baixos. Os economistas estimam um CPI de 0,4% na comparação anual e um PPI negativo na China, mostrando deflação de 1,5% no mesmo comparativo. A próxima semana terminará com a reunião do Banco do Japão, que pode incluir a discussão da redução da compra de títulos. Líderes do G-7 se reunirão na Itália.

Votações no Congresso

A Câmara ainda terá de votar o projeto que estipula a taxação de compras externas de até US$ 50, incluído no texto do projeto da mobilidade verde. A matéria foi aprovada nesta semana no Senado, mas com alterações. A agenda econômica do governo no Congresso ganhou um ingrediente extra de dificuldade com a medida provisória editada pelo governo nesta semana, que cria um mecanismo de compensação para a desoneração da folha neste ano e gerou contrariedade no agronegócio.

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