O balanço da Super Quarta, dia em que ocorrem simultaneamente reuniões dos bancos centrais brasileiro e americano, animou os mercados. As decisões de queda de meio ponto percentual aqui e de manutenção da taxa nos EUA já eram esperadas pelo mercado, mas a indicação do Fed (BC americano) de que fará três cortes na taxa ainda este ano fez os investidores respirarem aliviados.
O Ibovespa fechou em alta de 1,25%, acima dos 129 mil pontos, enquanto Dow Jones subiu 1,03%; S&P 500 0,89% e Nasdaq 1,25%. No Brasil, o dólar voltou a ser negociado abaixo de R$ 5, depois de dois dias acima desse patamar.
Aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa básica de juros, a Selic, de 11,25% para 10,75% ao ano e o Federal Reserve (Fed) manteve o juro inalterado, de 5,25% a 5,5% ao ano. Dez das 19 autoridades do Fed ainda veem a taxa básica em queda de pelo menos 0,75 ponto percentual até o fim deste ano – embora reconheçam que a inflação por lá segue inspirando cuidados.
Até o final de 2025, as autoridades preveem uma taxa de juros de 3,9%, de acordo com a mediana de suas projeções, o que implica em três cortes adicionais de 0,25 ponto percentual no próximo ano.
O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, disse em entrevista coletiva que, mesmo com a força inesperada dos dados inflacionários recentes nos EUA, sua perspectiva para as pressões sobre os preços é relativamente estável. Ele frisou que o Fed não vai reagir exageradamente — nem ignorar — os últimos dois meses de dados.
Copom
No Brasil, o BC sinalizou que em sua próxima reunião, em maio, deverá promover um novo corte na mesma magnitude da realizada nesta quarta (20), de meio ponto percentual. “O Comitê avalia que essa é a condução apropriada para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, destacou o Copom em nota.
O BC frisou ainda que o conjunto dos indicadores de atividade econômica “segue consistente com o cenário de desaceleração da economia” e que a inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação.
Em contrapartida, citou que as conjunturas doméstica e internacional “estão mais incertas” e exigem “cautela” na condução da política monetária.
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*Com informações da Reuters
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