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Economia

Crédito a montadoras faz vendas de carros dispararem no fim de junho

O mês foi o segundo melhor do ano em vendas, o que deve ainda refletir no aumento de emplacamentos de julho, segundo a ANFAVEA.

A última semana de junho foi marcada por forte volume de vendas e emplacamento de veículos, puxado pelo crédito tributário do governo federal concedido à montadoras para tentar baratear o preço do carro zero. O mês foi o segundo melhor do ano em vendas, o que deve ainda se refletir no aumento de emplacamentos de julho, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Cerca de 79 mil veículos com bônus de desconto foram repassados às concessionárias, mas ainda não emplacados. Logo, o mês de junho não representa toda a venda do mês, já que entre o momento da venda e emplacamento há um intervalo de alguns dias, disse a associação.

Carros recém-produzidos em estacionamento de fábrica em São Bernardo do Campo, SP 05/01/2017 REUTERS/Paulo Whitaker

“Estimamos que dos R$ 800 milhões liberados pelo governo para veículos leves, R$ 710 milhões já haviam sido aplicados até a virada do mês, resultando em descontos para cerca de 150 mil unidades. Porém, só 54 mil deles tiveram emplacamento efetivado em junho”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Nos últimos 4 dias de junho, mais 73 mil unidades foram emplacadas e não serão computadas dos dados do mês, e sim em julho, o que, segundo a Anfavea, fará deste o melhor início de mês dos últimos anos.

“O mês começou tímido, era natural, não criou surpresa porque era o tempo entre a publicação da medida, regulamentação, portarias até se traduzir em emplacamentos. Há um delay, o que já era esperado”, disse. A última semana de junho registrou o terceiro maior emplacamento diário da história do setor. “Este é um dado a ser comemorado”, reiterou.

A média diária de vendas entre 1 a 25 de junho foi de 6,8 mil autoveículos; já entre 26 a 30 de junho o volume médio diário cresceu para 16,2 mil.

Ainda segundo Leite, a medida do governo foi excelente no curto prazo para aquecer o
mercado, reduzir os estoques e, principalmente, proporcionar que mais consumidores,
incluindo pessoas jurídicas na segunda fase, tivessem acesso aos veículos de entrada, conforme disse durante coletiva na manhã desta sexta-feira (7).

Para o segundo semestre, a expectativa é de que as vendas continuem a crescer à medida que as condições de financiamento comecem a atrair mais clientes.

Venda concentrada em pessoas físicas

De acordo com a associação, as vendas se concentraram mais em pessoas físicas. O licenciamento de veículos leves de até R$ 80 mil para pessoas físicas registrou crescimento expressivo de 238%. Já para os carros entre R$ 90 e R$ 100 mil, a alta foi de 112%, enquanto que carros com valor acima de R$ 110 mil aumentaram em 9%.

“O efeito foi muito importante porque houve redução de preço pelo bônus tributário, além de uma disputa entre as montadoras para atender aos consumidores“, apontou Leite ao comentar que as fabricantes entraram em uma disputa de preços, com redução de até R$ 20 mil no preço do veículo, quando o desconto concedido pelo governo era de até R$ 8 mil por veículo de passeio.

O vice-presidente Geraldo Alckmin estava na coletiva e afirmou que “Lula teve muita sensibilidade social quanto a importância da indústria no atual momento, o que se traduziu no aumento da busca por veículos inclusive acima de R$ 120 mil que era o teto do crédito tributário”.

“Estamos encerrando os estímulos para créditos tributários para veículos leves.”

vice-presidente Geraldo Alckmin

Escoamento de estoques

Outro efeito positivo da MP para veículos leves foi o escoamento de parte dos estoques
que estavam se acumulando nos pátios das fábricas, segundo a Anfavea. A produção de 189,2 mil unidades em junho foi 17% menor que em maio.

“O setor estava com estoque elevado e, devido a isso, no encerramento de maio, houve uma queda de produção em junho, mas isso vai se refletir em uma redução do estoque”

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Mas encerrado o primeiro semestre, o ano vem apresentando uma leve recuperação em produção e vendas na comparação com o mesmo período de 2022, o que leva a Anfavea a manter suas projeções apresentadas no início do ano.

A produção de 1,132 milhão de autoveículos de janeiro a junho representa alta de 3,7%. Já os emplacamentos, que acumulam 998,6 mil unidades no ano, tiveram elevação de 8,8% sobre o ano passado

Veículos pesados

Para veículos pesados, no entanto, os reflexos da MP ainda não foram percebidos, pois a
utilização dos bônus de R$ 700 milhões para caminhões novos e de R$ 300 milhões para
ônibus novos ainda demanda regulamentações e alguns ajustes operacionais.

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Exportações

As exportações, por enquanto, estão indo na contramão dos índices do mercado interno.
Depois de dois anos de forte recuperação, os envios estão caindo neste ano. Nos primeiros
seis meses, 227,2 mil autoveículos foram exportados, ante 246,3 mil do primeiro semestre
de 2022, uma redução de 7,7% nos embarques.

“Além da crise na Argentina, nosso maior parceiro comercial, o encolhimento de mercados importantes, como Colômbia e Chile, vêm impactando negativamente o desempenho dos fabricantes brasileiros no comércio exterior”, diz Leite.

Mercado de híbridos e elétricos

De janeiro a junho de 2023, pelo menos 32 mil unidades foram vendidas contra 49 mil do ano passado. O que faz o primeiro semestre de 2023 se aproximar a todo volume de 2022.

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