Com a pandemia de Covid-19 e o distanciamento social, as ferramentas de videoconferência têm ganhado um número de usuários cada vez maior. Antes da quarentena, o aplicativo Zoom, do chinês Eric Yuan, tinha cerca de 10 milhões de participantes por dia. Agora, a soma de usuários por dia cresceu para 300 milhões.
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Gigantes na disputa
A crescente demanda chamou atenção de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Na semana passada, o Google anunciou que abrirá gratuitamente a função para criar uma videoconferência no seu aplicativo, Google Meets, anteriormente pago e voltado para o setor empresarial. A companhia, há quase 12 anos, já fornecia uma ferramenta capaz de fazer videochamadas gratuitamente, o Hangouts.
Porém segundo declarou a diretora de produto do Google, Smita Hashim, em entrevista à “Reuters”, “[o Meets] é um produto mais seguro, confiável e moderno”. “Como o Covid-19 impactou a vida de todos, vimos motivo para levar para todos uma ferramenta criada para empresas”, acrescentou.
Outro gigante do ramo também entrou na disputa por usuários. No final de abril, o Facebook lançou sua ferramenta para competir com o Zoom, chamada de Messenger Rooms. A empresa se apressou para o lançamento quando percebeu que o número de chamadas de vídeo e áudio no Messenger e no Whatsapp mais que dobraram em comparação com o mesmo período em 2019.
Segundo o Facebook, as salas permitirão até 50 participantes, sem limite de tempo, nem necessidade de download de um aplicativo e a divulgação poderá ser feita direto no feed, ou em grupos e eventos. Porém, a empresa ainda não anunciou quando o produto chegará ao Brasil.
Com especialistas ainda avaliando a perda de oportunidade do Skype, favorito entre os usuários em 2011, quando foi comprado pela Microsoft por US$ 8,5 bilhões, a empresa agora se volta para sua nova ferramenta Microsoft Teams. Segundo o portal especializado “The Verge”, a companhia está redirecionando seus engenheiros para lançar mais cedo novos recursos que estavam planejados para o final deste ano.
Segurança e privacidade
Pelas facilidades de conexão e sem exigir inscrição, o Zoom se expôs a falhas de segurança e permitiu uma prática que ficou conhecida como “Zoombombing”. Usuários começaram a relatar invasões nas suas chamadas, indo de pornografia a manifestações neonazistas.
Em março, a polícia federal dos Estados Unidos, o FBI, começou a pedir que a população reportasse as invasões. Os episódios se juntaram a acusações de uso indevido de dados, repasse para o Facebook, criptografia frágil e até ligação com o governo chinês, danificando muito a reputação da empresa recém chegada ao topo do mercado.
O fundador, Eric Yuan, em entrevista à “CNN”, admitiu que a empresa “deu passos errados” com as medidas de segurança e privacidade, e culpou o rápido crescimento e o redirecionamento do produto, que era originalmente focado em negócios.
Ele também anunciou a criação de um conselho de segurança e contratou o consultor Alex Stamos, chefe de segurança do Facebook durante as eleições presidenciais de 2016. As mesmas eleições em que pairam acusações sobre interferência russa, por meio das redes sociais.