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Economia

Distribuidoras dizem que CBios em alta elevam combustíveis

Créditos de Descarbonização (CBios) estaria impactando os custos aos consumidores nos postos e a inflação, segundo Brasilcom, Vibra e Ipiranga.

A Federação Nacional de Distribuidores de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom) e duas das maiores empresas do setor, a Vibra e a Ipiranga, afirmaram em nota que uma disparada nos preços dos Créditos de Descarbonização (CBios) está impactando os custos aos consumidores nos postos e a inflação.

A federação Brasilcom, composta por mais de 40 empresas, manifestou “imensa preocupação com a escalada desenfreada e injustificada do preço dos CBios”, citando que na terça-feira atingiu o patamar de 150 reais por unidade, com impacto de aproximadamente 12 centavos de real por litro na formação do preço do combustível ao consumidor.

Frentista abastece veículo em posto de combustíveis no Rio de Janeiro 08/07/2021 REUTERS/Amanda Perobelli

Em nota divulgada na noite de quarta-feira (5), a Brasilcom, Vibra e Ipiranga dizem que há “evidente repetição do cenário de artificialidade de preços” ocorrida no ano passado, que levou o governo anterior a prorrogar prazos para as distribuidoras comprovarem o atendimento às metas de compras de CBios, visando conter o “aumento injustificado do custo”.

No ano passado, o valor do crédito atingiu patamares recordes acima de R$ 200.

Dentro da política do RenovaBio, as distribuidoras são obrigadas a comprar os CBios para compensar a venda e combustíveis fósseis, enquanto os emissores dos créditos são as companhias de biocombustíveis, como produtores de etanol e biodiesel, que têm nesses papéis uma fonte de receita.

As entidades e empresas afirmaram que são “amplamente favoráveis ao Programa RenovaBio, reconhecendo sua importância para a transição energética”, mas alertam que “as distorções” perduram na política.

Afirmam ainda que trabalhos técnicos mostraram que o RenovaBio, da forma que está, é “assimétrico e ineficaz”.

“Na realidade, as disfuncionalidades geram evidente ineficiência concorrencial, ônus ao mercado e aos consumidores, com impacto direto na formação dos preços finais de bomba e nos índices inflacionários”, afirmou o comunicado.

As entidades acrescentam ainda que essa pressão inflacionária “vai totalmente na contramão dos esforços do governo federal e da Petrobras na contenção dos efeitos negativos das oscilações e imprevisibilidade dos preços dos combustíveis na economia brasileira”.

Para a Brasilcom e as distribuidoras, o RenovaBio precisa ser aperfeiçoado para que cumpra com seu objetivo, “gerando ganhos ambientais e sociais para o Brasil, com equilíbrio, regras claras e isonômicas”.

Na nota, as entidades pedem também que o governo exerça o papel de protagonista na remodelação da política pública.

Em abril, o Ministério de Minas e Energia estabeleceu que, a partir de 2024, o prazo para comprovação de metas de compras de CBios pelas distribuidoras de combustíveis voltará a ser anual e até 31 de dezembro.

Com um decreto, manteve-se, excepcionalmente, a comprovação de atendimento à meta individual referente ao ano de 2022 até 30 de setembro de 2023, e o prazo até 31 de março de 2024 para a meta de 2023.

Contudo, a comprovação para os anos subsequentes voltou a ser até o dia 31 de dezembro de cada ano, e não mais 31 de março, em movimento que foi saudado por produtores de biocombustíveis.

Procurado, o Ministério de Minas e Energia e entidades de produtores de combustíveis não se manifestaram imediatamente.

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