A dívida pública federal do Brasil subiu 2,01% em maio sobre abril, a R$ 5,702 trilhões, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira (28), destacando um aumento nos riscos globais e elevação no custo dos títulos brasileiros.
No período, a dívida pública mobiliária interna subiu R$ 116,2 bilhões, a R$ 5,476 trilhões, impulsionada por uma emissão líquida de R$ 65,4 bilhões.
Com um mês de atraso por conta da greve de servidores que reivindicam aumentos salariais, o Tesouro também informou os dados relativos a abril. No período, a dívida pública federal subiu 0,45% em relação a março, a R$ 5,590 bilhões.
De acordo com o Tesouro, a curva de juros ganhou nível em maio, diante da sinalização do Banco Central de continuidade do ciclo de aperto monetário, além do aumento nos preços do petróleo e a desvalorização do câmbio.
“O mês de maio foi marcado pelo aumento da aversão ao risco, devido à expectativa de aperto monetário nos Estados Unidos e pressões inflacionárias em nível global”, disse o órgão em nota.
No mês, o CDS (credit default swap) do Brasil, que mede o risco relacionado ao país, subiu 9%, segundo o Tesouro, a 223 pontos base.
Em maio, houve um encurtamento do prazo médio de vencimento dos títulos brasileiros para 3,95 anos, ante 4,00 anos registrados em abril.
O custo médio do estoque da dívida pública federal apresentou aumento, passando de 9,53% ao ano em abril para 9,86% ao ano no mês passado. Na dívida interna, o custo do estoque subiu de 10,22% para 10,58% ao ano.
O custo médio das novas emissões da dívida interna também cresceu, indo de 11,3% para 11,7% ao ano.
Ainda de acordo com o dados, investidores estrangeiros reduziram a participação na dívida interna de 9,3% para 9,1%, um recuo de R$ 1,9 bilhão.
Em maio, houve um aumento nominal de 6,85% na reserva de liquidez do Tesouro, de R$ 1,037 trilhão para R$ 1,108 trilhão.
Nos próximos 12 meses está previsto o vencimento de R$ 1,310 trilhão em títulos da dívida interna. Com o volume disponível em caixa, o Tesouro consegue quitar 9,47 meses de vencimentos, contra 9,79 meses em abril.
Para o mês de junho, o Tesouro ressaltou a continuidade do cenário de aversão ao risco global e doméstico, com expectativas sobre o ritmo de aperto monetário nos EUA e chance de recessão em algumas economias.
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