Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar mostrou instabilidade frente ao real, mas seguiu firmemente em terreno positivo nesta sexta-feira após a divulgação de um importante relatório de emprego dos Estados Unidos.
Às 11h05 (de Brasília), o dólar à vista subia 0,98%, a 4,9831 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,80%, a 4,9835 reais na venda.
A moeda norte-americana mostrou instabilidade ao longo das primeiras horas de negócios, saltando aos picos do dia imediatamente após o relatório norte-americano para em seguida devolver parte dos ganhos, antes de voltar a ganhar fôlego novamente a partir das 11h.
A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos superou as expectativas em fevereiro, mas dados de meses anteriores foram revisados para baixo, enquanto houve aumento da taxa de desemprego e moderação dos ganhos salariais –indícios de algum afrouxamento do mercado de trabalho.
A economia dos EUA abriu 275 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, mostraram os dados do Departamento do Trabalho dos EUA. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 200 mil vagas em fevereiro, com estimativas variando de 125 mil a 286 mil.
Os dados de janeiro foram revisados para baixo, mostrando 229 mil empregos criados, em vez de 353 mil, conforme informado anteriormente.
“O par real/dólar apresentou grande volatilidade no momento da divulgação dos dados, mas a leitura acabou sendo um pouco amenizada, suavizada, com os dados adicionais, como a revisão dos empregos (de meses anteriores), o crescimento da taxa de desemprego e assim por diante”, disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX.
Ainda assim, “a criação de empregos no mês de fevereiro foi novamente bem acima do estimado, o que mostra três meses seguidos de leituras acima do que se estimava para o mercado de trabalho americano, dezembro, janeiro e fevereiro… Vale destacar que a taxa de desemprego nos Estados Unidos se encontra abaixo de 4% há dois anos… e ainda mostra um mercado de trabalho saudável, resiliente.”
Os dados de emprego vêm depois de o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, ter dito a parlamentares nesta semana que cortes nos juros serão “provavelmente apropriados” ainda este ano, mas enfatizou que eles “realmente dependerão da trajetória da economia”.
Operadores aumentaram nesta sexta-feira as apostas de que o Federal Reserve poderia começar a cortar juros em 1º de maio, depois da divulgação do relatório de emprego.
Os contratos futuros atrelados à taxa básica de juros do Fed agora apontam para cerca de 30% de chance de um início antecipado do afrouxamento em 1º de maio, em comparação com cerca de 27% antes dos dados. Atualmente, o mercado precifica chance de 80% de o Fed começar a reduzir as taxas de juros em meados de junho, em comparação com 75% antes do relatório.
Enquanto isso, azedando o clima na cena doméstica, a Petrobras informou na noite da véspera que teve lucro líquido de 31 bilhões de reais no quarto trimestre, recuo de 28,4% ante o mesmo período do ano anterior. A petrolífera também anunciou que seu conselho de administração autorizou o encaminhamento da proposta de distribuição de dividendos de 14,2 bilhões de reais para avaliação pela assembleia de acionistas de 25 de abril.
Segundo agentes financeiros, esses resultados ficaram abaixo do esperado, o que contaminou negativamente o clima mais amplo nos mercados domésticos. Nesta manhã, o Ibovespa cedia 1,35%, a 126.611,30 pontos.
Na véspera, a divisa norte-americana à vista fechou em baixa de 0,23%, a 4,9347 reais na venda.
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