O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) manteve a taxa de juros nos Estados Unidos, em sua decisão de política monetária publicada nesta quarta-feira (16). Em reação ao comunicado, o dólar recuperou força após ter ficado abaixo de R$ 5 mais cedo, enquanto a bolsa ampliou queda.
O órgão apresentou suas projeções para os primeiros aumentos das taxas de juros pós-pandemia em 2023, citando uma melhoria na situação sanitária e deixando de lado uma referência de longa data de que a crise estava pesando sobre a economia.
As novas projeções apontam para uma maioria das 11 autoridades do banco central programando um aumento de pelo menos dois quartos de ponto percentual nas taxas de juros para 2023, mesmo com as autoridades, em comunicado, prometendo manter a política de apoio por enquanto para encorajar uma recuperação contínua dos empregos.
“O progresso na vacinação reduziu a disseminação da covid-19 nos Estados Unidos”, disse o banco central dos EUA em um comunicado após sua última reunião de política monetária, uma mudança substancial para uma instituição que condicionou a política monetária ao longo dos últimos 14 meses no combate à pandemia.
Após a divulgação da decisão, o chefe do Fed, Jerome Powell, disse em coletiva de imprensa que a inflação nos EUA subiu consideravelmente nos últimos meses e pode se mostrar mais persistente do que se esperava. Ele apontou ainda que os fatores que estão puxando a inflação, que ficou acima das expectativas nos últimos meses, resultam do processo de reabertura da economia após a crise a pandemia.
Expectativas do mercado
Em nota, o economista e sócio da BRA, João Beck, comentou que o Fed entregou o que o mercado esperava ansioso: uma sinalização da data do aumento da taxa de juros. “As expectativas convergem para o fim de 2023. É uma alta antecipada. Na ocasião da última reunião, não havia expectativa de qualquer aumento em 2023”, disse.
*Com Reuters