O recente aumento dos prêmios de risco de mercado, com efeito sobre expectativas de inflação, foi em parte influenciado pelo debate fiscal recente no país, disse nesta quinta-feira (15) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em apresentação do relatório de inflação, Campos Neto afirmou que o aumento da percepção de risco gera impacto sobre as inflações implícitas e a estrutura de juros de longo prazo, ressaltando que quando isso acontece sempre há uma contaminação das expectativas.
“Em parte a gente acha que tem esse efeito, mesmo porque a janela de tempo onde isso ocorreu foi exatamente a mesma janela onde começou a se levantar esse tema do fiscal”, disse.
Ele afirmou que a inflação mostra “uma cara melhor” no curto prazo, mas mencionou preocupações sobre a trajetória futura.
“Você pode ter um prêmio de risco que se eleve a tal ponto que contamine primeiro a curva de juros, depois a inflação implícita, depois a expectativa de inflação longa e isso vai transbordando por meio da curva até impactar inflação mais curta”, afirmou.
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