Economistas continuaram reduzindo suas projeções para a inflação brasileira deste ano e do próximo, mostrou o boletim semanal Focus, e mantiveram expectativa de que o Banco Central começará a cortar juros já em agosto, apesar de a autarquia não ter sinalizado essa possibilidade em seu último comunicado de política monetária.

Vista frontal do Banco Central do Brasil com pessoas caminhando na rua.
Sede do BC, em Brasília
25/08/2021
REUTERS/Amanda Perobelli

Agora, as expectativas compiladas pelo Focus, divulgado pelo BC, apontam alta de 5,06% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023, ante taxa de 5,12% estimada antes, na sexta semana seguida de declínio. Para 2024, a conta caiu pelo quarto boletim consecutivo, a 3,98%, de 4,00% antes.

O prognóstico de inflação para 2025 foi mantido em 3,80%, enquanto o de 2026 caiu pela terceira semana seguida, a 3,72%, contra 3,80% na sondagem anterior.

O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) tem reunião marcada para esta semana, em que deve estabelecer a meta de inflação para 2026, e o mercado tem especulado sobre a possibilidade de o colegiado determinar que o BC siga objetivo de inflação sem um prazo determinado.

Para a Selic, o Focus manteve projeções de que a taxa encerrará este ano em 12,25%, com o início de um ciclo de corte de juros já em agosto, em ritmo de 0,25 ponto percentual, mesmo depois de o BC não ter sinalizado intenção de afrouxar a política monetária tão cedo em sua reunião de política monetária da semana passada. Na ocasião, a autarquia deixou a Selic inalterada em 13,75%.

Investidores devem ficar atentos na terça-feira à ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), em busca de esclarecimentos sobre o possível início das reduções de juros.

O mais recente Focus também manteve intacta a projeção para a Selic ao fim de 2024, atualmente em 9,5%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), houve uma sétima melhora seguida na estimativa do Focus para este ano. A perspectiva de crescimento econômico em 2023 é agora de 2,18%, de 2,14% antes.

Para 2024 a expansão do PIB passou a ser estimada em 1,22%, de 1,20% antes.