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Economia

Governo anuncia 20 acordos de empresas brasileiras em viagem à China

Acordos envolvem setores de energia, infraestrutura e agronegócio.

O governo brasileiro anunciou nesta sexta-feira a assinatura de 20 acordos comerciais entre empresas do Brasil e da China, principalmente nos setores de energia, infraestrutura e agronegócio, durante a viagem do presidente Luís Inácio Lula da Silva ao país asiático.

Três dos acordos envolvem empresas do grupo JBS (JBSS3), uma da maiores companhias de alimentos do mundo. A marca Seara acertou a compra de 280 caminhões elétricos da JAC Motors, que serão utilizados na distribuição local de produtos no Brasil, enquanto a Friboi fechou acordo para utilizar estrutura de distribuição de produtos da WHG na China. Já própria JBS firmou parceria com o Banco da China para crédito para exportação, com prazo de até 4 anos.

No setor de energia, a Eletrobras (ELET3) e State Grid fecharam parceria para um projeto de revitalização do sistema de transmissão da hidrelétrica de Itaipu.

Já a SPIC, gigante chinesa com forte atuação em energias renováveis, assinou um memorando com a Prumo Logística para avaliar a viabilidade financeira e técnica de projetos de energia renovável (eólica offshore, solar, hidrogênio “azul”, a partir de gás natural; e “verde”, de fonte renovável) no Porto do Açu (RJ).

A SPIC também fechou acordo com o Ministério de Minas e Energia para estudar a construção e operação de sistemas de energia renovável para atendimento de comunidades isoladas na floresta amazônica, envolvendo pequenas usinas solares, miniturbinas eólicas, baterias e purificadores de água.

Lula em Pequim durante visita à Xi Jinping
Lula e Xi Jinping participam de cerimônia em Pequim 14/04/2023 Ken Ishii/Pool via REUTERS

Em infraestrutura, Odebrecht, Power China e Sete Partners firmaram parceria para trazer soluções conjuntas a projetos da área no Brasil.

A Sete Partners também assinou acordos com a Sinomec, em energia renovável agricultura e outros setores; e com a Tianjing Food Group para a criação de uma empresa binacional para investimentos na cadeia agrícola brasileira em diversas áreas, inclusive logística.

Outro destaque são os acordos da brasileira BMV global para comercialização de créditos de biodiversidade às empresas chinesas HRH (Chongqing) e HRH Pharmaceutical.

A lista divulgada nesta sexta-feira inclui ainda acordos da Vale (VALE3) e Suzano (SUZB3) que haviam sido anunciados no fim de março, quando Lula teve que remarcar sua ida à China.

Acordo com BYD

Lula também se reuniu com o CEO da empresa de veículos elétricos BYD, Wang Chuanfu. A companhia chinesa negocia uma fábrica de automóveis elétricos em Camaçari, na Bahia.

Na reunião, acompanhada por ministros e governadores que estão na comitiva, o CEO da empresa falou sobre as políticas chinesas que permitiram o desenvolvimento, na China, de uma indústria de veículos elétricos, tanto de carros de passeio como de ônibus de transporte público.

O governador da Bahia, Jeronimo Rodrigues, participou do encontro com Lula na tarde desta quinta-feira (pelo horário chinês).

Rodrigues chegou na China antes da comitiva de Lula e visitou no domingo, 9, duas fábricas da BYD, uma que produz carros elétricos e outra que faz ônibus elétricos. As duas unidades produzem mais de 400 mil veículos por ano. “Vamos batalhar para levar essa indústria para Bahia”, declarou o governador.

A empresa chinesa negocia com a Ford para assumir a planta industrial da montadora americana no polo industrial de Camaçari.

Lula diz querer que relação com China transcenda comércio

O presidente Lula disse durante visita a Pequim que quer que as relações brasileiras com a China transcendam a questão comercial e citou a busca por parcerias nas áreas ambiental, de ciência e tecnologia e telecomunicações.

“Temos com a China um extraordinário relacionamento, um relacionamento que a cada dia que passa fica mais agudo e se fortalece”.

“Eu penso que a compreensão que o meu governo tem da China é de que nós precisamos trabalhar juntos para que a relação Brasil-China não seja uma relação meramente de interesse comercial. Queremos que a relação Brasil-China transcenda a relação comercial.”

Lula também disse que seu governo significa um novo começo nas relações com a China, após as constantes críticas que o ex-presidente Jair Bolsonaro fazia ao país asiático, maior parceiro comercial do Brasil.

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