O saldo positivo apurado no mês passado foi superior ao do mesmo mês de 2023, de 78,9 bilhões de reais. No período, as receitas cresceram 3% acima da inflação, enquanto as despesas tivera uma alta real de 6,8%.
Ao comentar os dados, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que o resultado primário veio acima dos 67 bilhões de reais programados pelo governo para o mês, e que a diferença ajudará a absorver eventuais frustrações nos próximos meses.
Ele acrescentou que, do lado das receitas, a possibilidade de o governo ter que promover um bloqueio orçamentário ao fim do primeiro bimestre é “reduzida”, mas que será preciso acompanhar também o resultado das despesas.
Segundo Ceron, a arrecadação de fevereiro está vindo em linha com o esperado.
“Isso cria boas perspectivas. Tem desafios ainda, a Receita Federal está avaliando os impactos e as compensações em função de eventual ajuste no caso da reoneração da folha, e isso será acomodado”, disse.
O governo central compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social. O superávit primário de janeiro se deve a um resultado positivo nas contas de Tesouro e Banco Central, no valor de 96,0 bilhões de reais, contra um déficit de 16,7 bilhões de reais na conta da Previdência Social.
No mês passado, a arrecadação da União foi recorde, marcando o melhor resultado para qualquer mês, impulsionada por um aumento no recolhimento da tributação de fundos exclusivos e de outros tributos, que compensaram uma redução nos dividendos pagos pela Petrobras.
Já as despesas sofreram pressão do reajuste do salário mínimo, que impacta as despesas previdenciárias, e do maior gasto com benefícios sociais.
(Por Fabrício de Castro)