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Economia

Guedes descarta segunda onda de covid-19 e reforça fim do auxílio emergencial

Ministro também voltou a defender compromisso com o teto de gastos.

Ministro da Economia, Paulo Guedes
Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de seminário em Brasília 08/12/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou que a economia brasileira está sendo retomada com força e num formato em “V”, quadro que dá amparo ao fim do auxílio emergencial neste mês, descartando ainda que o país esteja sendo atingido por uma segunda onda de covid-19.

“De agora até o final do ano, 31 de dezembro, a ideia é que voltemos à situação ordinária, então até o fim do ano teremos encerrado essas camadas auxiliares que lançamos para preservar empregos, vidas e a economia”, afirmou o ministro em inglês, em participação gravada para a Conferência de Montreal do International Economic Forum of the Americas, que acontece nesta quarta-feira (16).

“As pessoas estão voltando ao trabalho, a doença fez um retorno, mas não podemos falar em segunda onda”, acrescentou ele, pontuando ainda que o governo está agora concentrado em prover vacinas à população.

Ecoando previsões que já tinha traçado anteriormente, Guedes afirmou que se o país gerar 200 mil empregos nos últimos dois meses do ano – “o que certamente fará”- haverá zero perda de postos formais em 2021.

“Isso foi devido ao nosso programa de proteção de empregos, que funcionou maravilhosamente”, afirmou.

Na pandemia, foi aberta a possibilidade de redução de salário e jornada ou suspensão do contrato de trabalho no setor privado, com o governo provendo um benefício para os trabalhadores de carteira assinada afetados.

O ministro também disse que a agenda de reformas estruturais volta agora à pauta, após desvio que precisou ser feito para enfrentamento ao surto de coronavírus.

Nesse sentido, ele frisou que o grande desafio em 2021 será transformar a recuperação impulsionada pelo consumo em um crescimento sustentável. Para tanto, o governo irá acelerar privatizações e investimentos privados, disse.

Sem mencionar o Caixa Tem, braço digital da Caixa Econômica Federal, Guedes também afirmou que o governo fará a abertura de capital em bolsa do “maior banco digital do mundo”, criado no bojo da crise para concessão do auxílio emergencial.

Segundo o ministro, os recursos levantados na operação serão empregados na diminuição da relação entre dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB).

Teto de gastos

Também nesta quarta, Guedes afirmou que o governo segue comprometido com teto de gastos como âncora de sustentabilidade fiscal e credibilidade econômica.

Ao participar do lançamento de relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o Brasil, ele afirmou que o governo tampouco deixará que medidas temporárias relacionadas a este ano, por conta da crise do coronavírus, se tornem despesas permanentes.

Nesse contexto, o ministro ressaltou que do fim do ano em diante o país voltará aos programas sociais antes existentes, após o término do auxílio emergencial.

‘Guedes enfraquecido’, diz Maia

O Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta ter a impressão que Guedes está enfraquecido e que o governo abandonou suas intenções de tocar a agenda para organizar as contas públicas.

Para o deputado, a pauta econômica defendida por Guedes é atualmente minoritária dentro do Executivo. Para Maia, o governo erra ao adiar a discussão de temas polêmicos para acertar as despesas públicas por temor do impacto dessas medidas na eleição de 2022.

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