O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou durante uma entrevista a um podcast na sexta-feira (26) que só vai embora do governo “se alguém me mostrar que estou fazendo algo muito errado”. A fala veio depois de o presidente Jair Bolsonaro determinar a troca do presidente da Petrobras, o que abriu questionamentos sobre a permanência do ministro.
“Tenho noção de compromisso enquanto puder ser útil e gozar da confiança do presidente. Se o presidente não confiar em meu trabalho, sou demissível em 30 segundos. Se eu estiver conseguindo ajudar o Brasil, fazendo as coisas que acredito, devo continuar. Ofensa não me tira daqui, nem o medo, o combate, o vento, a chuva”, afirmou.
Ainda na ocasião, Guedes revelou que quer criar um fundo com ativos da Petrobras para pagar dividendos “principalmente a pessoas mais frágeis”. Depois de o presidente Jair Bolsonaro questionar se o “Petróleo é nosso ou é de um pequeno grupo no Brasil?”, Guedes defendeu o pagamento de dividendos para o “povo brasileiro”.
“É o seguinte, ou paga dividendos para mais pobres, ou vende. Não pode Petrobras ficar dando prejuízo”, afirmou. “Tem uma turma que começa com ‘o petróleo é nosso’, então pega os mais pobres e vamos dar um pedaço para eles. Temos ideia de fazer algo parecido um pouco à frente, criar um fundo e colocar ativos lá, principalmente para mais frágeis. Vamos fazer um programa de transferência na veia, pega os 20%, 30% mais pobres e dá a sua parte da Petrobras”.
Sobre as privatizações das estatais, ele disse que estão muito atrasadas, assim como a proposta de reforma tributária do governo. “A abertura comercial travou com a covid, mas vamos abrir de novo”, garantiu.