O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na manhã desta terça-feira (7) que a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) é “mais amigável” e melhor do que o comunicado do Banco Central na semana passada que manteve a Selic, taxa básica de juros, em 13,75% ao ano.
“Hoje teve a ata do Copom, a ata veio melhor do que o comunicado, uma ata mais extensa, mais analítica, colocando pontos importantes sobre o trabalho do Ministério da Fazenda, uma ata mais amigável em relação aos próximos passos que serão tomados.”
A ata ressaltou que alguns membros do Copom notaram que a execução do pacote apresentado pelo Ministério da Fazenda deveria atenuar o risco fiscal e que será importante acompanhar sua implementação.
“A revisão do arcabouço fiscal diminui a visibilidade sobre as contas públicas para os próximos anos e introduz prêmios nos preços de ativos e impacta as expectativas de inflação”, disse o documento.
De acordo com a ata, o Copom seguirá acompanhando os impactos de estímulos fiscais sobre atividade e inflação.
Questionado sobre mudanças na meta da inflação, o ministro disse que não está com a pauta definida para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) que ocorre na próxima semana.
“A reunião da semana que vem ainda não está com a pauta definida, hoje eu tive uma primeira conversa com a ministra do Planejamento [Simone Tebet] e isso vai ser discutido pelo governo pra gente adotar os próximos passos”, disse.
Foi a quarta vez seguida que o Banco Central deixa a Selic inalterada em 13,75%. Esse é o patamar mais alto dos juros da economia desde novembro de 2016.
Em relação ao pacote fiscal, Haddad disse que as medidas estão em andamento e comemorou o placar favorável no Supremo Tribunal Federal em relação ao voto de qualidade do Carf.
“As medidas anunciadas estão em curso, semana passada nós tivemos uma vitória até surpreendente no STF, o julgamento não terminou, mas nós temos 6 a 0 no placar em relação a coisa julgada. Isso é um recado importante nos debates sobre o Carf, aquela história de que acaba a discussão jurídica no Carf não pode mais acontecer”, destacou.
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