Economia

Ação da Petrobras sobe após alta dos combustíveis, e ameniza queda do Ibovespa

Dólar fechou em leve alta sobre o real, de olho no cenário externo.

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O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda nesta quinta-feira (10), mas as perdas foram reduzidas pelo avanço das ações da Petrobras, que anunciou mais cedo um reajuste dos preços dos combustíveis. Enquanto isso, no cenário externo, negociações entre representantes de Ucrânia e Rússia não tiveram resultados animadores.

No dia, o Ibovespa caiu 0,21%, aos 113.663 pontos. Já o dólar subiu 0,10%, comercializado a R$ 5,0160.

A Petrobras (PETR4 PETR3) informou mais cedo que fará ajustes nos preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras a partir desta sexta-feira (11). O preço médio de venda da gasolina terá uma alta de variação de R$ 0,44 por litro, ou 18,56%. Para o diesel, a alta será de R$ 0,81 por litro, ou 24,9%. Já para o GLP (gás de cozinha), o preço terá reajuste médio de R$ 0,62 por kg, ou 16,06%.

Após o anúncio a ação preferencial (PETR4) da Petrobras chegou a subir mais de 6% na máxima do dia, enquanto o ordinário (PETR3) saltou mais de 5% no pico do pregão. No fechamento, a ação PETR3 subiu 2,8% e a PETR4, 3,5%.

“A alta do petróleo tende a ser persistente – pelo menos durante três meses –, uma vez que não há como imaginar uma resolução rápida para o conflito na Ucrânia e mesmo uma eventual alta da produção da Opep pode demorar a chegar nos mercados globais de maneira consistente”, comentou o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

A ação da Vale (VALE3), que também tem forte peso sobre a composição do Ibovespa, subiu 3,5% e também ajudou a reduzir as perdas.

Inflação nos EUA

O mercado também repercute a notícia de que os preços ao consumidor nos Estados Unidos saltaram em fevereiro, registrando o maior aumento anual em 40 anos, e a inflação deve acelerar nos próximos meses, conforme a guerra da Rússia contra a Ucrânia eleva os custos do petróleo e de outras commodities.

O índice de preços ao consumidor subiu 0,8% no mês passado, de alta de 0,6% em janeiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta. Nos 12 meses até fevereiro, o índice disparou 7,9%, maior alta nessa base de comparação desde janeiro de 1982, após salto de 7,5% em janeiro.

A inflação têm persistido bem acima da meta de 2% do Federal Reserve (Fed). Espera-se que o banco central dos EUA comece a aumentar os juros na próxima quarta-feira para conter a inflação, com economistas esperando até sete altas nos custos dos empréstimos neste ano.

“Esse número oficial deve vir maior ainda em março, à medida que o barril do petróleo explodiu, atingindo US$ 130, versus US$ 95 em fevereiro. De toda maneira, os números de inflação, embora preocupantes, ainda são menos impactantes do que a guerra e sanções à Russia”, disse Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance. “Portanto, o número em si não faz tanto preço agora, dado que saiu em linha com o que já era esperado e não surpreende o mercado.”

Em relatório separado, o Departamento do Trabalho informou ainda que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 11 mil, para 227 mil em dado ajustado sazonalmente, na semana encerrada em 5 de março.

Economistas previam 217 mil novas solicitações para a última semana. Os pedidos caíram em relação a um recorde de 6,149 milhões alcançado no início de abril de 2020.

Dados do Brasil

No cenário doméstico, o mercado reage a dados macroeconômicos. As vendas do varejo iniciaram 2022 com alta acima do esperado das vendas e com o melhor resultado para janeiro em três anos, porém abaixo do patamar pré-pandemia.

As vendas em janeiro tiveram alta de 0,8% em comparação com o mês anterior, acima da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 0,3% e depois de queda de 1,9% em dezembro.

Elaboração: Samy Dana

Também foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, o Brasil abriu 155.178 vagas formais de trabalho em janeiro, 39% a menos que o observado no mesmo mês de 2021 e abaixo das expectativas de mercado.

Elaboração: Samy Dana

Bolsas mundiais

Estados Unidos

Wall Street voltou a cair nesta quinta-feira, após a inflação norte-americana nas máximas em quatro décadas consolidar expectativas de que o banco central dos EUA elevará a taxa de juros na próxima semana para evitar que a economia superaqueça.

O índice S&P 500 fechou em queda de 0,43%, a 4.259,52 pontos. O Dow Jones caiu 0,34%, a 33.174,07 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 0,95%, a 13.129,96 pontos.

Europa

As ações da zona do euro caíram nesta quinta-feira, depois que o Banco Central Europeu (BCE) surpreendeu os mercados ao acelerar a saída de seu programa de estímulo relacionado à pandemia. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,69%, a 427,12 pontos, após chegar a perder até 3% durante o pregão. Um índice de ações da zona do euro caiu 2,5%.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,27%, a 7.099,09 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 2,93%, a 13.442,10 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 2,83%, a 6.207,20 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 4,20%, a 22.886,69 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,15%, a 8.069,30 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,29%, a 5.524,75 pontos.

Ásia e Pacífico

O mercado acionário da China fechou em alta nesta quinta-feira, acompanhando a recuperação global antes de discussões diplomáticas entre Rússia e Ucrânia, enquanto uma série de empresas chinesas e a mídia estatal buscaram aliviar o nervosismo após a liquidação recente.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 3,94%, a 25.690 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,27%, a 20.890 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,22%, a 3.296 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,57%, a 4.292 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 2,21%, a 2.680 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 2,46%, a 17.433 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 1,42%, a 3.240 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,10%, a 7.130 pontos.

* Com informações da Reuters.

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