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Ibovespa mantém queda após dados de inflação dos EUA, Ambev lidera perdas

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SÃO PAULO (Reuters) – A bolsa de valores de São Paulo seguia em território negativo no último pregão de fevereiro, após a publicação de dados da inflação dos Estados Unidos que aumentaram apostas dos investidores sobre um corte de juros pelo Federal Reserve apenas em junho.

O movimento de queda era liderado pelas ações da Ambev, que divulgou mais cedo balanço de quarto trimestre com queda no lucro líquido.

Às 10h57, o Ibovespa operava em baixa de 0,52%, a 129.481,31 pontos, depois de encerrar na véspera em queda de mais de 1% pressionado por preocupações de investidores sobre dividendos da Petrobras. No mês até a véspera, porém, o Ibovespa acumula alta de cerca de 1,9%. O volume financeiro no pregão somava 4,4 bilhões de reais.

O índice PCE, a medida de inflação norte-americana preferida do Fed, veio em linha com o esperado pelo mercado, mostrando alta de 0,3% no mês passado, informou o Departamento de Comércio norte-americano nesta quinta-feira. Os dados de dezembro foram revisados para baixo, mostrando um aumento de 0,1% no índice de preços PCE, em vez de 0,2%, conforme informado anteriormente.

Com isso, os investidores agora veem cerca de 65% de chance de um corte de juros pelo Fed em junho, contra cerca de 60% antes dos dados.

“De uma forma geral, entendemos que os dados recentes de inflação em consonância com os dados de atividade da economia americana seguem corroborando a ideia de que a inflação segue uma trajetória positiva, mas que o caminho ao retorno da meta pode ser longo”, afirmou o estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves

“O dado reforça a ideia de parcimônia pelo banco central americano na condução de política monetária. Em outras palavras, reforça a ideia de que há pouco espaço para cortes de juros no curto prazo”, acrescentou.

DESTAQUES

– AMBEV ON desabava cerca de 7%, a 12,51 reais, liderando as perdas do Ibovespa na sessão após divulgar queda de 11% no lucro líquido do quarto trimestre sobre o mesmo período de 2022, com a empresa prevendo para o ano queda no custo por hectolitro de cerveja diante do que chamou de menores pressões de preços de commodities. O Itaú BBA considerou o resultado da companhia como “misto”, com Ebitda abaixo do esperado.

– MRV&CO ON vinha na sequência de Ambev, despencando cerca de 6%, a 7,37 reais, em dia de publicação de resultados de quarto trimestre, esperados para após o fechamento do mercado.

– PETROBRAS PN subia mais de 1%, a 40,95 reais, em dia de leve alta nos preços do petróleo, após recuo de mais de 5% na quarta-feira, quando investidores reagiram a declarações do presidente-executivo da petrolífera que sinalizaram uma postura mais conservadora quando à remuneração aos acionistas.

– BANCO DO BRASIL ON recuava 0,41% em dia de evento da instituição financeira com analistas e investidores. Mais cedo, a presidente-executiva, Tarciana Medeiros, reiterou confiança de que o banco vai entregar os resultados previstos no guidance divulgado no mês passado.

– SUZANO ON, que divulgou resultado de quarto trimestre na noite da véspera, caía 0,6%, a 57,03 reais. A produtora de celulose divulgou mais cedo que manteve praticamente inalterada a previsão de desembolso total operacional em 2027 de 1.753 reais por tonelada.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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