O índice de preços preferido do Federal Reserve provavelmente permaneceu elevado em fevereiro, sem muito alívio para o dilema de ter que conter tanto a inflação quanto o estresse no sistema bancário americano.
Os economistas estimam que o núcleo do deflator de despesas com consumo pessoal (PCE), que exclui preços de alimentos e combustível, deve subir 0,4% em relação ao mês anterior, de acordo com a projeção mediana em um levantamento da Bloomberg. Em janeiro, a alta foi de 0,6%, a maior desde junho.
Na comparação anual, a previsão é de que o núcleo subiu 4,7%, enquanto a projeção para o índice principal é de um avanço de 5,1%, mais que o dobro da meta do Fed em ambos os casos.
O BC americano na quarta-feira elevou juros pela nona reunião consecutiva, para o maior nível desde 2007, e disse que sua tentativa de conter a inflação não deve aprofundar uma crise bancária nascente. Mas os custos de endividamento mais elevados aumentam a pressão sobre o sistema financeiro e podem levar a economia a uma recessão.
Dados do governo que serão divulgados na sexta-feira também devem mostrar que os gastos pessoais dos americanos, ajustados para a inflação, caíram em fevereiro, após subirem no mês anterior.
Na zona do euro, números de inflação na sexta-feira também devem dar munição tanto para quem apoia uma pausa do Banco Central Europeu quanto quem defende mais aperto.
Por um lado, é provável que o dado de inflação principal mostre desaceleração, segundo todos os economistas, exceto um. Mas espera-se que o núcleo, por outro lado, tenha acelerado para um novo recorde da era do euro.
No Brasil, as atenções se voltam para a ata do Copom, na terça-feira, e a entrevista com o presidente do BCB, Roberto Campos Neto, após a divulgação do relatório de inflação na quinta. O foco do mercado é ver se o tom hawkish do comunicado da decisão de juros da semana passada será mantido.
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