O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,59 % em maio, sobre alta de 1,73 % no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,45% para o período.
Apesar da desaceleração, o índice registrou o resultado mais intenso para o mês em seis anos.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,93%.
O acumulado dos últimos 12 meses é de 12,20%, levemente superior aos 12,03% registrados em abril.
Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram aumento nos preços, exceto habitação (-3,85%), influenciado pela queda de 14,09% na energia elétrica.
A maior alta veio do setor de saúde e cuidados pessoais (2,19%), enquanto que transportes (1,80%), que desaceleraram em relação frente aos 3,3% registrados no mês anterior, tiveram impacto positivo no índice, assim como alimentação e bebidas (1,52%), que diminuíram frente aos 2,25% registrados em abril.
Subitens de maior impacto
No mês de maio, destacam-se: produtos farmacêuticos (5,24%), com 0,17 p.p., higiene pessoal (3,03%), com 0,11 p.p.; passagem aérea (18,40%), com 0,09 p.p.; gasolina (1,24%), com 0,08 p.p.; e etanol (7,79%), com 0,07 p.p.
A queda do grupo Habitação (-3,85%) foi puxada pela energia elétrica (-14,09%), influenciada pela retomada da bandeira verde, sem cobrança adicional da conta de luz.
Já o resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (2,19%) foi influenciado pela alta nos preços dos produtos farmacêuticos (5,24%), em decorrência do reajuste de até 10,89% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Nos Transportes (1,80%), a maior contribuição (0,09 p.p.) veio das passagens aéreas (18,40%), cujos preços subiram pelo segundo mês consecutivo (a alta havia sido de 9,43% em abril). Os combustíveis (2,05%) também seguem em alta, apesar do recuo em comparação com os 7,54% registrados em abril. A gasolina subiu 1,24%, enquanto o etanol subiu 7,79%.
Positivamente, houve variação subitem táxi (5,94%), por conta dos reajustes de 41,51% nas tarifas em São Paulo e Fortaleza.
Em Alimentação e bebidas (1,52%), a maior influência veio dos alimentos para consumo no domicílio (1,71%), destacando o leite longa vida (7,99%) e a batata-inglesa (16,78%), com as maiores altas.
Por fim, destaca-se a alta do item Comunicação (0,50%), dados os reajustes em vários serviços, como tv por assinatura (4,00%), plano de telefonia móvel (0,36%) e correio (2,41%).
* Com informações da Reuters
Veja também
- Dólar a R$ 6,00 e pressão sobre os juros: o contágio do ‘Trump trade’ para o Brasil
- Inflação acelera no Brasil e México com alta no preço de alimentos e energia
- Eventual vitória de Trump nos EUA amplia pressão de alta do dólar no Brasil
- Efeitos da estiagem sobre energia e alimentos pressionam IPCA em setembro
- Inflação nos EUA tem alta moderada em agosto e reforça previsão de corte de juros na próxima semana