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Economia

IPCA-15 sobe 0,76% em fevereiro, acima das expectativas

Nos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 5,63% – abaixo dos 5,87% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,76% em fevereiro, resultado 0,21 ponto percentual acima do registrado em janeiro (0,55%), segundo divulgou nesta sexta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número veio acima do esperado pela maioria dos consensos, como TC/Economatica – que aguardava que o número viesse em 0,60%, e de pesquisa da Reuters, que apontava para 0,72%.

Já para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, o dado veio dentro do esperado.

PeríodoTaxa
Fevereiro de 20230,76%
Janeiro de 20230,55%
Fevereiro de 20220,99%
Acumulado do ano1,31%
Acumulado nos últimos 12 meses 5,63%

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,31%, enquanto que nos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 5,63% – abaixo dos 5,87% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Já em fevereiro do ano passado, o IPCA-15 foi de 0,99%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em fevereiro, segundo o IBGE. A exceção foi vestuário, cujos preços recuaram 0,05% após a alta de 0,42% em janeiro.

Educação tem maior variação no mês

Segundo o IBGE, a maior variação e o maior impacto no índice do mês vieram de educação, com 6,41% e 0,36 pontos percentuais, respectivamente. Na sequência aparece o setor de habitação (0,63%) que acelerou ante o mês anterior (0,17%), e alimentação e bebidas, que subiu 0,39%.

Índices regionais

Quanto aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em fevereiro. A maior variação foi registrada em Salvador (1,19%), influenciada pelas altas dos cursos regulares (7,84%), da energia elétrica (5,99%) e da gasolina (5,16%). O menor resultado, por sua vez, ocorreu em Goiânia (0,41%), onde pesaram as quedas de 3,07% da gasolina e de 2,49% da energia elétrica.

Sinais de alerta

Apesar da desaceleração da inflação, alguns aspectos têm contagiado o mercado e pode mudar o “plano de voo” do Banco Central. Ruídos políticos, mudanças no arcabouço fiscal brasileiro e possível alteração na meta de inflação já têm aumentado o prêmio de risco do país, o que vem afetando as expectativas para a inflação a curto e médio prazo.

“Caso haja uma deterioração do cenário, principalmente, das expectativas de inflação – se começarem uma trajetória de alta e descolarem muito da meta estipulada –, o Banco Central poderá manter o juro em 13,75% a.a. por mais tempo ou, em um caso mais extremo, voltar a subir a Selic”.

Gustavo Sung, economista chefe da suno

Para o economista, outro fator que pode incorrer em mais altas no indicador é a tendência de aumento dos gastos pelo governo que incentivem o consumo das famílias. “Esse ano teremos a Bolsa Família em R$ 600 e, pelos discursos do governo, reajuste real do salário-mínimo e expansão do crédito. Com a economia mais aquecida, há mais pressão sobre os preços”.

Para Sung, se os agentes esperam uma inflação mais alta no futuro, eles já incorporam isso nos preços de hoje.

Metodologia

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 13 de janeiro a 10 de fevereiro de 2023 e comparados com os preços vigentes de 14 de dezembro de 2022 a 12 de janeiro de 2023.

O indicador leva em consideração famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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