O Japão interveio no mercado cambial nesta quinta-feira (22) comprando ienes pela primeira vez em 24 anos, horas após o banco central do país, conhecido como BoJ, acelerar a queda da moeda ao confirmar a manutenção de sua política monetária ultra-acomodatícia.
A rara intervenção foi o último exemplo das preocupações globais disparadas pela força do dólar, que tem se valorizado na esteira dos aumentos de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
Terceira maior economia do mundo, o Japão tem sido um dos países mais afetados pelo avanço do dólar, ao ser obrigado a pagar mais por importações de produtos essenciais, como petróleo, gás natural e alimentos. Essas importações são, de modo geral, denominadas em dólares e agora estão custando mais em ienes.
O dólar subiu a quase 146 ienes durante a madrugada, após o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, sinalizar que as taxas de juros japonesas deverão permanecer perto de zero nos próximos anos.
Menos de uma hora depois de Kuroda encerrar coletiva sobre a decisão do BoJ, o governo japonês interveio no mercado cambial com venda de dólares e compra de ienes, na primeira operação do tipo desde 1998.
Em reação, o dólar chegou a cair a 140,68 ienes, na mínima do dia, ante 144,02 ienes no fim da tarde de ontem. Às 7h35 (de Brasília), a moeda americana havia se recuperado parcialmente, sendo negociada a 142,68 ienes.
Após a intervenção, o Ministério de Finanças japonês comentou que o governo e o BoJ compartilham a visão de que a “queda unilateral do iene” não é desejável para a economia japonesa. O ministério afirmou também que decidiu agir devido à alta volatilidade do iene, e não pelo atual nível da moeda.
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