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Economia

Lucro de grandes bancos dos EUA cresce  17,4% em cenário turbulento

O lucro líquido combinado de JPMorgan Chase, Bank of America, Wells Fargo, Citigroup, Goldman Sachs e Morgan Stanley alcançou US$ 36,5 bilhões no 1º trimestre.

Enquanto três bancos sumiram do mapa financeiro dos EUA, os pesos-pesados de Wall Street conseguiram engordar os lucros no primeiro trimestre de 2023, turbinados por juros mais altos, uma vez que os negócios de mercado de capitais seguem em marcha lenta. Diferentemente da crise de 2009, desta vez os maiores bancos do país se veem como parte da solução da turbulência, que foi de um lado ao outro do Atlântico em março e colocou investidores à caça de novos alvos. O pior parece que foi superado, mas ainda há riscos de “crises pontuais”, considerando que os juros nos EUA ainda devem subir mais – e ficar elevados por mais tempo.

O lucro líquido combinado de JPMorgan Chase, Bank of America, Wells Fargo, Citigroup, Goldman Sachs e Morgan Stanley alcançou US$ 36,5 bilhões no primeiro trimestre, montante 17,4% superior ao registrado em igual intervalo de 2022. Com exceção dos dois últimos, todos ampliaram os seus ganhos no período.

Em apenas um trimestre, os grandes nomes de Wall Street lucraram mais do que o empréstimo de US$ 30 bilhões que um grupo de 11 bancos americanos fez ao First Republic Bank, baseado em São Francisco, para socorrê-lo diante de questionamentos sobre a sua saúde financeira após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank.

Apesar de criticados por gurus do mercado como o ex-secretário do Tesouro dos EUA Larry Summers e o megainvestidor Bill Ackman, banqueiros recorreram a autoelogios pelo resgate ao destrinchar os resultados a investidores.

“Alguém que viveu os dias mais sombrios de 2009, quando o Morgan Stanley era visto como parte do problema, é realmente gratificante estar aqui 14 anos depois, como parte da solução”, disse o presidente do Morgan Stanley, James Gorman, em teleconferência com analistas e investidores, na quarta-feira passada.

Para o executivo, os problemas atuais no setor bancário dos EUA não são comparáveis com aqueles que originaram a turbulência financeira internacional de 2009. Ele reforçou ainda o coro de que não há uma “crise” no segmento, mas alertou para riscos de novas “crises” em alguns bancos.

Sede corporativa do JP Morgan Chase & Co. em Nova York. 20/05/2015. REUTERS/Mike Segar

Moodys rebaixa nota de 11 bancos regionais

A Moody’s Investors Service rebaixou a nota de crédito de 11 bancos regionais dos EUA, sugerindo que as taxas de juros mais altas e recentes falências de bancos levaram a uma maior instabilidade. Entre os bancos com notas revisadas para baixo estão Bancorp, com US$ 682 bilhões em ativos; Zions Bancorp, com US$ 89 bilhões; e Bank of Hawaii, com US$ 24 bilhões.

O Western Alliance Bancorp, um dos bancos mais afetados pela turbulência bancária regional, sofreu um rebaixamento de dois níveis. O First Republic Bank, que enfrentou uma corrida por depósitos no mês passado, teve sua classificação de ações preferenciais reduzida.

Os problemas com o Silicon Valley Bank e o Signature Bank chamaram a atenção para fraquezas dos bancos regionais, muitos dos quais fizeram empréstimos a juros baixos e compraram títulos com taxas baixas. Alguns têm uma alta parcela de clientes com depósitos não garantidos que se tornaram mais voláteis quando a turbulência começou.

A agência de classificação disse que as tensões na forma como os bancos estão administrando seus ativos e passivos estão se tornando “cada vez mais evidentes” e pressionando a lucratividade. Eventos recentes “colocaram em dúvida se a suposta alta estabilidade de depósitos de alguns bancos, e a sua natureza operacional, deve ser reavaliada”, disse a Moody’s, em relatório.

Os outros bancos com nota rebaixada foram U.S. Bank, Associated Banc, Comerica, First Hawaiian, Intrust Financial e Washington Federal.

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