Após meses de rumores, a Apple anunciou na quarta-feira (15) um novo smartphone. Chamado de iPhone SE, o aparelho não traz grandes inovações. Pelo contrário: com design do iPhone 8, lançado em 2017, mas especificações mais recentes, o celular busca se inserir na linha de produtos da fabricante americana como uma opção “acessível” para os fãs da marca.
As aspas se justificam pelo preço: aqui no Brasil, o aparelho custará entre R$ 3,7 mil e R$ 4,5 mil, enquanto a linha iPhone 11, lançada em 2019, varia entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Serão três cores diferentes: branca, preta e vermelha. Ainda não há, porém, data definida para o lançamento.
Não é a primeira vez que a empresa utiliza o código SE para batizar um aparelho – algo semelhante foi feito em 2016. Segundo a empresa, a linha SE busca atender quem busca um smartphone com tamanho menor, mais barato e de alta performance. No caso do celular lançado na quarta, isso significa processador de última geração e software idem, mas uma tela de “apenas” 4,7 polegadas e a ausência do sensor de reconhecimento facial, o Face ID, implementado pela empresa desde 2017.
Outro detalhe é a presença de uma câmera traseira com apenas uma lente – algo que até mesmo aparelhos Android de preço intermediário já deixaram para trás. Em sessão com jornalistas, da qual o jornal “O Estado de S. Paulo” participou, a empresa diz apostar em chip dedicado e inteligência artificial para gerar fotos melhores do que as da concorrência.
Encaixe
Para analistas, o aparelho deve ser visto como um produto com potencial para atender a alguns tipos de consumidores. “Há um grupo de pessoas, cerca de 15% do total, que buscam telefones novos, mas que sejam pequenos e caibam na mão”, afirma Frank Gillett, vice-presidente de pesquisas da consultoria Forrester. Outra demanda específica, diz o analista, é a de empresas que buscam telefones corporativos e podem ter no iPhone SE bom custo-benefício. “São clientes que compram um celular pela segurança e usabilidade, não pela qualidade da câmera”, concorda Annette Zimmermann, vice-presidente de pesquisas do Gartner.
Ela afirma ainda que o aparelho pode fazer bastante sentido para usuários fiéis da Apple, mas que costumam esperar alguns anos para trocar de celular. “O fato de ter surgido em meio a uma crise econômica reforça ainda mais esse potencial”, diz Annette. “Vale lembrar que a Apple olha só para seus usuários, mas não está de olho em quem hoje compra um aparelho mais barato com sistema Android.”
Para Annette, o lançamento deste iPhone SE não garante que tudo está bem na linha de produção da empresa de Tim Cook – hoje, boa parte da fabricação de produtos da Apple é feita na China, bastante afetada pelo coronavírus. “Pode haver problemas para suprir a demanda nos próximos meses e é bastante possível que vejamos um atraso no próximo iPhone”, afirma.
Tradicionalmente, a empresa lança aparelhos com grandes inovações na primeira quinzena de setembro. “É bastante improvável que vejamos um iPhone novo em setembro ou outubro”, reiterou o analista Daniel Ives, da Wedbush Securities.
As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.