O empresário Rubens Menin, sócio-fundador da MRV (MRVE3), fez um pleito direto ao presidente do Banco Central, Roberto Campos: o país não vai aguenta viver com juro alto por muito mais tempo. E citou especificamente o juro real pago pelas NTN-Bs, títulos públicos indexados ao IPCA, que está acima de 6%.
“O juro é uma quimioterapia necessária, mas é preciso ter cuidado com a dose, se não matamos o paciente”, afirmou. “Temos uma balança comercial superavitária, reservas internacionais, a economia real está funcionando. Então a discussão que precisamos ter é por quanto tempo vamos aguentar um juro real de 6%”, afirmou.
O empresário dividiu o palco com o presidente do BC, Roberto Campos, durante painel em que foi discutido “O futuro da economia no Brasil”. Ele fez questão de enaltecer os benefícios de se ter um BC independente. Mas insistiu que o nível do juro real hoje é “assustador”.
LEIA MAIS: Selic: por que essa mula empacou no alto do morro
O presidente do BC, em resposta, lembrou que não é a autarquia, mas o mercado, quem determina o juro real pago pelos títulos públicos. “A Selic não define o juro real de longo prazo. Esse juro representa o que o mercado exige para financiar o governo”, disse.
Quando há confiança na condução da política fiscal e ,portanto, na capacidade do governo pagar sua dívida, os agentes passam a exigir um prêmio mais baixo. Foi assim quando foi estabelecido o teto fiscal, em 2016, e o arcabouço fiscal no ano passado.
LEIA MAIS: ‘Com o governo metendo a mão, querendo taxar tudo, não dá’, afirma Rubens Ometto
Veja também
- Aumento do desemprego nos EUA leva mercado a estimar corte de juros antes da eleição
- Mercado eleva aposta em yields altos com possível volta de Trump
- Uma na margem, outra na despesa: como os juros e o dólar castigam o varejo
- Argentina deve aumentar sua “Selic” para além dos atuais 40%, diz FMI
- ‘Taxa das blusinhas’ traz alívio para as varejistas brasileiras no curto prazo
