‘Desconheço’, diz Padilha sobre discussões sobre mudar meta de inflação

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira (9) desconhecer discussão sobre mudança de meta de inflação. “Desconheço qualquer reunião nesse sentido”, disse após ser perguntado por repórteres sobre possível discussão no governo sobre o tema.

A declaração vem em meio a preocupações no mercado financeiro sobre uma possível mudança na meta de inflação, estabelecida pelo Banco Central. Em meio a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao sistema de metas, os receios ganharam força nesta quinta após a agência Bloomberg noticiar, citando fontes, que a equipe econômica estuda antecipar uma revisão das metas.

Mais cedo, coluna do Metrópoles havia relatado que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, sinalizou a integrantes do governo que defenderá uma alteração na meta de inflação de 2023 para 3,5%, contra os atuais 3,25%.

Entenda o caso

Lula vem fazendo uma série de críticas ao BC nos últimos dias, incluindo o patamar da taxa de juros, a Selic, e a autonomia do BC. Entre os apontamentos está também o sistema de metas.

Lula alega que as metas de inflação são muito baixas, o que contribui para que a Selic continue em patamar considerado elevado por ele. Para o presidente, não é possível voltar a crescer no país com a Selic ao nível atual de 13,75%.

“Qual é a explicação de a gente ter um juro de 13,5% (sic)? O BC é independente, a gente poderia até não ter juro, não é verdade? A inflação está em 6,5%, 7,5%. Por que os juros estão em 13,5% (sic)?”, questionou Lula em discurso no dia 19 de janeiro.

As metas de inflação são definidas pelo Conselho Monetário Nacional, hoje composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; e do Planejamento, Simone Tebet; e pelo presidente do Banco Central, o que significa que o governo federal tem dois dos três votos no colegiado.

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Lula já argumentou que o país deveria buscar seu próprio padrão de inflação em vez de mirar no que ele chamou de modelo “europeu”, mas integrantes do governo minimizaram qualquer possibilidade de mudança.

Embora a inflação tenha caído a 5,77% até janeiro após ter ficado em dois dígitos de setembro de 2021 a julho de 2022, ela ainda está longe da meta para este ano. O alvo de inflação foi reduzido gradualmente a partir de 2019, saindo de um patamar de 4,5% para chegar em 3,25% para 2023 e 3% para 2024 e 2025, com tolerância de 1,5 ponto percentual. 

(*com informações da Reuters)