Os incêndios que assolam o Pantanal em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso têm deixado um rastro de destruição e prejuízo à atividade pecuária no bioma. Além da morte de animais, fazendeiros contabilizam perdas das pastagens e de infraestrutura, caso de Ricardo Arruda, pecuarista que viu mais de 80% da sua propriedade em Poconé (MT) ser destruída pelo fogo.
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Aqueles que conseguiram salvar os animais também tiveram despesas extras, ao precisar deslocar os bovinos para áreas seguras, longe do fogo, como pastagens alugadas, confinamentos ou fazendas vizinhas, além de ter de alimentar os animais com grãos em vez de pasto, o que significa custo adicional.
O prejuízo total dos pecuaristas do Pantanal ainda não pôde ser mensurado, já que os incêndios continuam, segundo a diretora executiva da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Daniella Bueno. “Muitas propriedades não conseguiram tirar o gado. Então, além do prejuízo da destruição do pasto e da estrutura, ainda tem a perda animal. Isso não vai ser recuperado do dia para a noite.”
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Ela comentou, ainda, que, diferentemente de Mato Grosso do Sul, a legislação em Mato Grosso não permite investimento em pastagens diferentes das nativas no Pantanal e isso, dentre outros fatores, vem gerando um maior abandono de terras, que agora são consumidas pelo fogo. “Certamente veremos uma redução na produção de bezerros neste ciclo. Para a perda não ser maior, continuamos rezando para vir a chuva”, disse.
Os incêndios já atingiram cerca de 15% de todo o Pantanal, e levaram o Estado de Mato Grosso do Sul a decretar emergência ambiental por 90 dias. Nesta segunda-feira (21) o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), disse que estava formalizando um pedido ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para envio da Força Nacional para atuar no combate às queimadas em várias regiões do Estado. Segundo o Estado, o governo federal já sinalizou que enviará o reforço. As chuvas, tão esperadas por moradores, vieram no fim de semana e ajudaram a reduzir os focos de incêndio.