A economia do país cresceu no ano passado, mas vem perdendo ritmo nos últimos meses. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve alta de 2,9% em 2022. O avanço foi puxado pela expansão de 4,2% do setor de serviços e de 1,6% da indústria. Enquanto isso, a agropecuária teve queda de 1,7%. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
A queda da agropecuária em 2022 foi puxada pela perda de produtividade da agricultura, que superou o resultado positivo da pecuária e da pesca.
Enquanto isso, na indústria, o destaque positivo foi o desempenho da eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, com avanço de 10,1%, como reflexo das bandeiras tarifárias ao longo de 2022. A construção também registrou crescimento, com 6,9%.
Na ponta negativa, as indústrias de transformação fecharam o ano com recuo de 0,3%, causado principalmente pela queda da metalurgia de metais ferrosos, produtos de metal, produtos químicos, produtos de madeira e de borracha e plástico. As indústrias extrativas caíram 1,7% devido à queda na extração de minério de ferro.
Já o setor de serviços teve crescimento em todas as atividades, incluindo 8,4% de alta do transporte, armazenagem e correio, 5,4% no segmento de informação e comunicação e de 2,5% das atividades imobiliárias.
Queda no 4º trimestre
Considerando somente a variação do 4º trimestre contra o 3º, porém, houve recuo de 0,2% do PIB brasileiro. O resultado negativo foi puxado pela queda de 0,3% da indústria e crescimento fraco de serviços e agropecuária, com alta de 0,2% e 0,3%, respectivamente.
Entre os setores, o resultado da indústria no 4º trimestre foi puxado pelo recuo de 1,4% das indústrias de transformação, 0,7% da construção e 0,4% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos. O único resultado positivo foi nas indústrias extrativas, com 2,5%.
Nos serviços, as atividades de informação e comunicação cresceram 1,8%, entre outros avanços no setor. Mas houve queda no comércio, de 0,9%.
Já na comparação com o 4º trimestre de 2021, o PIB subiu 1,9%, com expansão de 3,3% do setor de serviços. A indústria teve alta de 2,9%, enquanto a agropecuária caiu 2,9% no mesmo período.
Consumo das famílias, governo e investimentos
Pela ótica da demanda, os dados do IBGE mostraram que, em 2022, o consumo das famílias continuou puxando o PIB, com expansão de 4,3%. Enquanto isso, os investimentos tiveram crescimento mais fraco, com alta de 0,9% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Já o consumo do governo teve alta de 1,5%.
No setor externo, as exportações cresceram 5,5% em 2022, enquanto as importações subiram 0,8%.
Já a variação somente no 4º trimestre contra os três meses anteriores foi de 0,3% do consumo das famílias, assim como o consumo do governo. Enquanto isso, os investimentos tiveram queda de 1,1%.
Também no 4º trimestre, as exportações cresceram 3,5%, enquanto as importações caíram 1,9% em relação ao terceiro trimestre de 2022.
Contra o mesmo trimestre de 2021, o consumo das famílias cresceu 4,3%, os investimentos subiram 3,5% e o consumo do governo, 0,5%. As exportações cresceram 11,7% e as importações, 4,6%.
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