Pela primeira vez na história das Olimpíadas o número de mulheres inscritas para competir será equivalente ao dos homens nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Do total de 10.500 atletas participantes, 5.250 são homens e 5.250 são mulheres. Essa equivalência chega 124 anos depois das estreia das mulheres nas Olimpíadas, que aconteceu justamente em Paris, em 1900.
Naquela ocasião, do total de 997 atletas inscritos, apenas 22 eram mulheres, correspondendo a 2,2% do número de participantes. Elas competiram em cinco modalidades: tênis, vela, croquet, hipismo e golfe, sendo que apenas tênis e golfe tiveram disputa exclusivamente para mulheres (as outras três eram competições com participação mista).
Somente nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 que todas as modalidades olímpicas passaram a ter competição com mulheres. O último esporte a entrar na lista foi o boxe. Nos esportes coletivos, a participação feminina levou décadas para entrar no programa olímpico. O vôlei foi o primeiro, em 1960. O basquete feminino só estreou em 1964, o handebol feminino em 1976, e o futebol feminino passou a ser disputado somente a partir de 1996.
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Mulheres serão maioria entre atletas brasileiros
O Brasil estreou nos Jogos Olímpicos de 1920 apenas com atletas homens. A primeira atleta mulher brasileira a competir nas Olimpíadas foi a nadadora Maria Lenk, em 1932.
Até as Olimpíadas de Montreal-1976, o número de atletas mulheres na delegação brasileira não chegava a dez. Em Moscou-1980, o Brasil levou 15 mulheres. Depois foram 22 em Los Angeles-1984 e 35 em Seul-1988. Em Tóquio-2020, foram 145 mulheres (45% do total da delegação).
Nas Olimpíadas de Paris-2024, pela primeira vez o Brasil terá mais mulheres do que homens competindo. Dos 227 atletas confirmados, 134 são mulheres e 86 homens, o que corresponde a 59% de participação feminina.
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O Comitê Olímpico Internacional afirma que está comprometido com a igualdade de gênero no esporte e estabeleceu na sua “Carta Olímpica”, a regra 2.8 que diz que cabe ao COI “encorajar e apoiar a promoção das mulheres no esporte a todos os níveis e em todas as estruturas com vista à implementação do princípio da igualdade entre homens e mulheres”.
“O COI não procura apenas alcançar a paridade estatística, mas também entende que todas as oportunidades oferecidas ao desporto feminino e às atletas femininas nos Jogos Olímpicos têm um impacto contínuo na promoção da igualdade de gênero e nas oportunidades que são dadas às mulheres atletas de todo o mundo.”
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