A companhia aérea Azul encaminhou um pedido à Justiça dos Estados Unidos, onde corre sua recuperação judicial, para impedir a suspensão no fornecimento de combustível pela Raízen, segundo documento judicial.
Em documento datado de 18 de junho, a Raízen, uma das maiores distribuidoras de combustível de aviação do Brasil, informou à Azul que o agente fiduciário da 12ª emissão de debêntures da companhia aérea, Vórtx, comunicou que a empresa estava inadimplente no pagamento de amortização e remuneração do título desde 12 de junho.
“Assim, a Raízen solicita manifestação da Azul com urgência sobre eventual saneamento do inadimplemento e em tempo hábil para evitar a suspensão do fornecimento, diante do prazo de três dias úteis que a Raízen possui para implementação do mecanismo de ‘Stop Supply'”, afirmou a distribuidora de combustível na correspondência anexada pela Azul e entregue à Justiça dos EUA.
A Azul afirmou no pedido à Justiça norte-americana que a ação da Vórtx é “ilegal” e que a interrupção no fornecimento de combustível, se realizada, “coloca em risco a capacidade da Azul de se reorganizar de maneira bem-sucedida sob a recuperação judicial“.
“A ação do agente fiduciário representa uma violação dos termos da recuperação judicial”, afirma a Azul.
Representantes da companhia aérea e da Vórtx não comentaram o assunto de imediato. A Raízen afirmou que não vai se manifestar.
Segundo a Azul, a Raízen, uma joint-venture entre a Shell e o grupo Cosan, é responsável por cerca de 68% das necessidades de combustível da companhia aérea em rotas domésticas e a infraestrutura dela “se espalha por dezenas de aeroportos onde não há alternativas viáveis”.
A companhia aérea afirma ainda que mesmo uma breve interrupção no fornecimento causaria uma “cascata de eventos de voos cancelados, aeronaves em terra e prejuízo reputacional irreparável”.